ASSINE
search button

Referendo na Itália é marcado por 'polêmica do lápis'

Oposição denunciou que votos podem ser apagados das cédulas

Compartilhar

Após as críticas das últimas semanas ao voto no exterior, a oposição italiana voltou a denunciar supostas irregularidades no referendo constitucional deste domingo (4). Segundo apoiadores do "não", lápis comuns estão sendo usados para preencher as cédulas em diversas cidades do país, o que daria margem para eventuais fraudes.    

"Loucura! Começam a chegar notícias (as primeiras de Roma e Mântua) de lápis que podem ser apagados com uma simples borracha. Irregularidades que foram denunciadas à Polícia e aos Carabineiros", escreveu no Facebook o líder do partido de extrema-direita Liga Norte, Matteo Salvini, pedindo "olhos abertos" aos cidadãos.    

Além disso, segundo o jornal "Il Secolo XIX", um eleitor chamado Fabio Aprà conseguiu apagar seu voto na cédula em um colégio de Gênova, noroeste da Itália, e denunciou o fato aos mesários. Os lápis, que datavam de 2005 e 1995, foram trocados logo em seguida, de acordo com o diário.    

Acusações parecidas foram feitas em Isernia (Molise), Milão (Lombardia), Agrigento (Sicília) e San Costantino Albanese (Basilicata). Por conta disso, muitos eleitores foram às urnas com borracha e folha de papel nas mãos para verificar se os lápis são indeléveis, ou seja, que não podem ser apagados.    

As províncias sicilianas de Catânia e Agrigento chegaram até a divulgar um comunicado pedindo para os cidadãos evitarem "alarmismos inúteis" e recordando que qualquer pessoa pode acompanhar a contagem dos votos após o fechamento das urnas.    

Já o Ministério do Interior, que organiza as eleições na Itália, garantiu que os lápis são indeléveis e destinados "exclusivamente" ao preenchimento das cédulas. Além disso, os colégios têm autorização para usar lápis de votações anteriores.    

O referendo deste domingo decidirá sobre a reforma constitucional promovida pelo primeiro-ministro Matteo Renzi, que reduz o poder e o tamanho do Senado e define com mais clareza as competências do Estado e das regiões.