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Empresário ofereceu brasileiras para obter obras na Itália

No entanto, comparsa disse que preferia mulheres "claras"

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A Arma dos Carabineiros da Itália prendeu nesta quarta-feira (26) 21 pessoas suspeitas de corrupção, formação de quadrilha e extorsão em contratos para a realização de grandes obras no país.

Entre os projetos investigados estão a construção de uma linha ferroviária de alta velocidade entre Milão e Gênova, de um trecho da rodovia entre Salerno e Reggio Calabria e de uma rede de veículo leve sobre trilhos (VLT) em Pisa.

As prisões fazem parte da operação "Amalgama", comandada pelo Ministério Público de Roma, e foram efetuadas em oito regiões do país: Lazio, Lombardia, Piemonte, Ligúria, Toscana, Abruzzos, Úmbria e Calábria.

Segundo o inquérito, os suspeitos teriam agido para fraudar licitações e conseguir subcontratos ligados às três obras. O chefe do grupo seria um empreendedor calabrês do ramo da construção civil, e entre os presos está Giandomenico Monorchio, empresário e filho de Andrea Monorchio, ex-tesoureiro do Estado da Itália.

Em uma operação simultânea, esta conduzida pela Guarda de Finanças, outras 14 pessoas foram detidas por suspeita de corrupção nas obras de um ramal ferroviário em Gênova.

Apelidada de "Terceira Passagem", a linha conectará a capital da Ligúria aos principais trechos de alta velocidade do norte da Itália e deve ser concluída em 2021, com custo estimado em mais de 6 bilhões de euros. O ramal terá 53 km, dos quais 37 km serão em túneis.

A obra é conduzida pelo consórcio Cociv, que reúne algumas das principais empresas de construção civil do país, como Salini Impregilo e Condotte d'Acqua. Para conseguir contratos, empresários não pagavam apenas propinas, mas também ofereciam garotas de programa aos responsáveis pelo consórcio.

Duas sociedades, a Europea 92 e a Cipa, teriam conquistado o direito de construir um túnel em troca de noitadas com acompanhantes. Em um grampo divulgado pela Promotoria de Gênova, o administrador da Europea 92, Marciano Ricci, diz a Giulio Frulloni, funcionário do Cociv: "Eu tenho duas amigas brasileiras, faço elas irem diretamente ao hotel... Você gosta de brasileiras?".

Frulloni então responde: "Não, me dão nojo". Em seguida ele acrescenta que prefere mulheres de pele clara.