A edição desta terça-feira (25) no jornal norte-americano The New York Times traz uma matéria sobre o possível fim da pena de morte.
Segundo a reportagem, embora a pena de morte seja considerada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal, o fato é que diminui ano após ano o apetite dos americanos por esta prática bárbara.
Os sinais de morte iminente da pena capital estão por toda parte, diz o New York Times.
O diário aponta que de acordo com uma pesquisa da Pew Research divulgado no mês passado, pela primeira vez em quase meio século, menos de metade dos americanos apoiam a pena de morte. Embora essa proporção tenha diminuído ao longo dos últimos anos, a perda de apoio da maioria é um importante marco contra a matança sancionada pelo Estado.
O Times relata que as execuções e as novas sentenças de morte indicam mínimos históricos, e a cada ano que passa estes números estão mais baixos. Em 2015, apenas 49 novas sentenças de morte foram proferidas, o menor cálculo no total de um ano desde que o Supremo Tribunal restabeleceu a pena capital em 1976.
> > The New York Times The Death Penalty, Nearing Its End
O periódico analisa que os crimes das pessoas condenadas à morte não são piores do que os de muitos outros que escapam desse destino, enquanto quase todas as penas de morte no ano passado saíram de uma pequena fração em municípios com três características comuns: procuradores com excesso de zelo; defensores públicos inadequados; e um padrão de preconceito e exclusão racial. Esta foi a principal conclusão de um relatório recentemente emitido pelo Fair Punishment Project da Harvard Law School.
Mesmo nos municípios onde se aplica com mais frequência a pena de morte, o apoio público parece estar desaparecendo. Em dois dos piores - Duval County, na Flórida e Caddo Parish, em Louisiana - promotores locais perderam as eleições, em parte devido às preocupações dos eleitores sobre a sua posição sobre a pena de morte. Em outros municípios em todo o país, os promotores estão descobrindo que a defesa agressiva para a pena de morte não é mais um ponto de discussão favorável, como já foi um dia.
O texto informa que na Califórnia, onde não se executa ninguém desde 2006, embora mais de 740 presos se encontrem no corredor da morte, os eleitores vão decidir em novembro se eliminam ou não a pena capital. Um escrutínio semelhante em 2012 foi derrotado.
Embora a pena capital seja usada raramente e apenas em alguns lugares, apenas uma decisão definitiva do Supremo Tribunal irá garantir a sua total eliminação.
A pena de morte escapou da abolição anteriormente, mas não há mais desculpas: A nação evoluiu e já se passou muito tempo desde que o tribunal decidiu utilizar esta prática moralmente repugnante, finaliza The New York Times.