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Ártico esconde herança radioativa dos EUA

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O aquecimento global e o derretimento das geleiras do Ártico levaram ao surgimento do chamado problema da "herança suja" da Guerra Fria enterrada sob a neve há décadas, segundo relata um artigo no jornal alemão Tagesspiegel.

Após o encerramento das bases militares dos EUA na Groenlândia, os resíduos radioativos e químicos perigosos para o ambiente não foram destruídos, uma vez que não se sabe quem deve pagar pelas tentativas dos EUA para controlar a URSS.

De acordo com o autor do artigo, o chamado "Projet Iceworm" (Projeto Verme do Gelo) é um legado da Guerra Fria. A base chamada de Camp Century, que albergava até 200 soldados e consistia de uma rede de túneis, um hospital, um cinema e até tinha um teatro e igreja, era alimentada por um reator nuclear. Nessa base se planejava instalar 600 mísseis nucleares.

No entanto, a base foi evacuada em 1967 depois de cientistas norte-americanos descobrirem que as geleiras da Groenlândia estavam se movendo mais rápido do que era esperado, colocando em risco o funcionamento do reator. Segundo o Tagesspiegel, os militares dos EUA pensaram que o gelo iria esconder os restos da base para sempre, mas eles estavam errados. 

O cientista canadense William Colgan diz que até o ano de 2090 o degelo não será compensado pela queda de neve. De acordo com o especialista, na evacuação os militares norte-americanos levaram o reator nuclear deixando, no entanto, enormes quantidades de bifenilos policlorados tóxicos utilizados em trabalhos de construção, líquido refrigerante radioativo e 200.000 litros de combustível diesel. De acordo com o cientista, esta substância cancerígena se acumula em peixes e a poluição pode ser encontrado até mesmo no leite materno. 

O especialista adverte que a "herança radioativa" dos militares norte-americanos é capaz de se espalhar para outros países através dos mares e rios no futuro próximo, o que será muito perigoso.