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Conselho Eleitoral da Venezuela suspende referendo

Oposição já se articula para reverter decisão

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O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela suspendeu o processo de coleta de assinaturas da segunda etapa para requerer um referendo revogatório contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro.    

Em nota, a entidade afirmou que vários tribunais penais inferiores entraram com ações alegando que a primeira fase, que recolheu 1% das assinaturas equivalente ao número de eleitores do país, foi fraudada em pelo menos cinco regiões. "Estas decisões têm como consequência a paralisação" da etapa seguinte, que terá que coletar 20% de assinaturas - cerca de quatro milhões de firmas.    

A coleta final, antes de ativar o revogatório, começaria no dia 26 de outubro e a oposição, através da coalizão Mesa de Unidade Democrática (MUD). O secretário-executivo da MUD, Jesús Torrealba, criticou a medida e disse que a "alternativa de luta" não está descartada. "Eles não podem adiar a mudança que o povo está pedindo", acrescentou.    

As pequisas de opinião mostravam que a oposição conseguiria coletar as assinaturas necessárias em todos os estados venezuelanos, abrindo assim o processo para o revogatório. Mesmo que o CNE, que tem a maioria de indicados por Maduro, volte atrás, a manobra atrasa os planos da oposição de retirar o mandatário do poder.    

Isso porque se o processo iniciar em 2017, Maduro poderá sair e deixar seu vice-presidente no lugar. Caso ocorresse ainda neste ano, seriam convocadas eleições gerais.