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Serena Williams se posiciona sobre tensão racial nos EUA: 'Não vou silenciar'

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A tenista multicampeã Serena Williams se posicionou publicamente sobre a tensão racial nos Estados Unidos, em decorrência do assassinato de negros por policiais. A atleta, em publicação nas redes sociais, escreveu que refletiu com mais atenção sobre o assunto quando estava em um carro com seu sobrinho negro e viu um policial na avenida. "Eu rapidamente chequei se ele estava obedecendo o limite de velocidade. Então, me lembrei daquele vídeo horrível de uma mulher em seu carro quando um policial atira em seu namorado. Tudo isso veio a minha mente em questão de segundos", destacou a tenista. 

"Nós já não passamos pelo suficiente, não foram abertas tantas portas, impactadas bilhões de vidas? Então, percebi que temos que continuar nessa caminhada - não é sobre o quanto já percorremos, mas sobre o quanto ainda temos que percorrer", completou. "Assim como Dr. Martin Luther King disse: 'Chega um momento em que o silêncio é traição'."

Posicionamentos contra a ação violenta de policiais norte-americanos contra negros tem ganhado mais força em diversos segmentos do país. No mês passado, o jogador de futebol americano Colin Kaepernick, quarterback do San Francisco 49ers, ficou sentado durante a execução do hino dos EUA antes de uma partida no Levi's Stadium, e disse que "não iria se levantar e mostrar orgulho por uma bandeira de um país que oprime negros". Ele tem boicotado o hino, ação repetida por alguns outros atletas. 

Confira a publicação de Serena Williams na íntegra:

Hoje, eu pedi ao meu sobrinho de 19 anos (para ficar claro, ele é negro) que dirigisse para mim a caminho de um encontro, então eu poderia trabalhar no meu telefone #segurançaemprimeirolugar. No caminho, vi um policial do lado da rodovia. Eu rapidamente chequei se ele estava obedecendo o limite de velocidade. Então, me lembrei daquele vídeo horrível de uma mulher em seu carro quando um policial atira em seu namorado. Tudo isso veio a minha mente em questão de segundos. Me arrependi de não estar dirigindo o carro eu mesma. Nunca me perdoaria se alguma coisa acontecesse ao meu sobrinho. Ele é tão inocente. Assim como todos os outros.

Eu acredito que nem todo mundo é mau, são apenas alguns que são ignorantes, medrosos, sem educação e insensíveis a algo que afeta milhões e milhões de vidas.

Porque eu tenho que pensar isso em 2016? Nós já não passamos pelo suficiente, não foram abertas tantas portas, impactadas bilhões de vidas? Então, percebi que temos que continuar nessa caminhada - não é sobre o quanto já percorremos, mas sobre o quanto ainda temos que percorrer.

Então pensei: tenho que falar? Eu tive que olhar para mim mesma. E sobre o meu sobrinho? E se eu tiver um filho, e sobre a minha filha?

Assim como Dr. Martin Luther King disse: "Chega um momento em que o silêncio é traição"

Eu

Não

Vou

Silenciar

Serena