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'Escudo de Eufrates': Operação turca vai alterar correlação de forças na Síria

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Alguns analistas afirmam que a operação turca "Escudo de Eufrates" mudará o equilíbrio de forças na região a favor de Washington, enquanto outros alertam que os EUA podem se afastar dos seus aliados curdos na Síria. Eles concordam, porém, que o envolvimento de Ancara vai mudar drasticamente o curso da guerra. 

A intervenção da Turquia na Síria pode mudar drasticamente o curso da guerra, afirmam diversos analistas. "O exército turco lançou uma operação na quarta-feira com o nome 'Escudo de Eufrates' juntamente com a coalizão liderada pelos Estados Unidos na cidade fronteiriça de Jarablus para "limpar" a área do Daesh" – informou a edição turca Sabah na quarta-feira (24). 

No entanto, de acordo com o Guardian, o movimento recente de Ancara, bem como as anteriores manobras diplomáticas mostram que a prioridade da Turquia é "limitar as ambições territoriais dos combatentes curdos".

Embora as unidades de defesa curdas ganhassem a reputação de corajosos combatentes contra o Daesh, Washington já deu claramente a entender que coloca os interesses da Turquia à frente dos curdos. 

A mídia observa que, para se aliar com Ancara, Washington corre o risco de prejudicar sua aliança com as forças curdas, de fato a sua única ferramenta na luta contra o Daesh na região. 

Enquanto isso, surge a pergunta: quanto tempo a operação turca "Escudo de Eufrates" continuará? 

A questão adquiriu um novo significado depois de um caminhão-bomba na cidade turca de Cizre ter morto pelo menos 11 policiais na sexta-feira (26). O ataque teria sido realizado por rebeldes curdos. 

"Desde o início que temos vindo a defender a integridade territorial da Turquia. Estamos também a defender a integridade territorial da Síria.<…> Vamos continuar nossas operações (na Síria) até garantirmos plenamente a segurança da vida e da propriedade dos nossos cidadãos e a segurança da nossa fronteira. Continuaremos até o Daesh e outros elementos terroristas serem expulsos" – disse o primeiro-ministro turco Yildirim à mídia depois do ataque mortal, citado pela Reuters.