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Quase metade da Itália vive em zona de risco de terremoto

País sofre com movimento de placas tectônicas

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Ao menos 24 milhões de pessoas vivem em áreas com risco de terremotos na Itália, de acordo com informações divulgadas por geólogos locais que analisam o tremor de terra de 6,2 graus que devastou a zona central do país nesta madrugada (24). "A região que foi atingida hoje é considerada como de alto risco por abranger quase a totalidade da cadeia montanhosa dos Apeninos, do norte ao sul", disse o presidente do Conselho Nacional de Geologia, Francesco Peduto. "Nesta noite, uma falha apenina se moveu", explicou o especialista, referindo-se à tragédia que devastou as regiões do Lazio e de Marcas, às 3h36 da manhã. Peduto, porém, destacou que "a Itália inteira está em uma zona de risco, porque é um país geologicamente jovem". "Não há territórios na Itália totalmente isentos de terremoto". Ele alertou para a necessidade de uma "cultura de prevenção" que coloque em segurança os prédios históricos e público e que seja disseminada desde cedo, nas escolas infantis. "Estamos distantes de uma cultura de prevenção. Seria necessária uma normativa mais adequada com a situação do território italiano É fundamental que exista um plano de governo para proteger todos os edifícios públicos", criticou. Já o presidente da Fundação de Centro de Estudos do Conselho Nacional de Geólogos, Fabio Tortorici, disse que um terremoto de grande dimensão, superior a 6,3 graus, ocorre, em média, a cada 15 anos na Itália.    

"Por isso, é necessário uma atualização constante dos mapas de risco sísmico do território nacional, assim como a presença de geólogos em cada cidade", ressaltou o especialista. O terremoto desta madrugada foi registrado às 3h36 (hora local), com epicentro a 2 km de Accumoli, situada a 145 km de Roma, onde o sismo também foi sentido. Seu hipocentro - ponto onde se origina um terremoto - ocorreu a apenas 4 km de profundidade. Às 4h32, duas réplicas foram percebidas, uma nas proximidades de Norcia, na região da Úmbria, e outra em Castelsantangelo sul Nera, em Marcas. Nas horas seguintes, mais de 60 réplicas com magnitudes superiores a 2 graus foram registradas no território italiano. A Defesa Civil, que já confirmou a morte de 120 pessoas, mas que ainda busca por dezenas de desaparecidos, comparou este tremor de terra com o ocorrido em 6 de abril de 2009, de 6,3 graus, também no centro da Itália, atingindo a província de L'Aquila, que até hoje luta para se reconstruir. Na ocasião, 309 pessoas morreram. O grande número de mortos fez a Justiça abrir processos para investigar os danos que poderiam ter sido evitados com um sistema de prevenção. Desde o ano 2000, a Itália registrou 12 terremotos de grande intensidade, todas provocadas pelo atrito entre as placas tectônicas da África e da Eurásia, que ficam exatamente abaixo de cidades como L'Aquila e Perugia. Além disso, a movimentação no Mar Tirreno e nos Apeninos, colocam o país em uma escala maior de riscos. Os tremores de terra também costumam ter um alto balanço de mortos devido às construções antigas da Itália, muitas tombadas como patrimônio histórico.