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China quer seguir exemplo dos EUA e instalar tropas militares por todo o mundo

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Como a construção de base chinesa na República do Djibuti será finalizada no próximo ano, a China disse repetidamente que não tem intenção alguma de seguir os passos dos EUA em expandir sua influência militar por todo o mundo. Entretanto, o que a China está buscando no Djibuti?

Segundo o jornal The Global Times, as instalações chinesas neste pequeno país, localizado no nordeste da África, são destinadas ao apoio das missões de paz e operações antipirataria perto do Golfo de Áden e da Somália.

No Djibuti está localizada a maior base norte-americana na África, Camp Lemonnier, com uma equipe de mais de 4 mil pessoas.

A proximidade a regiões instáveis do Oriente Médio e África só reforça a relevância de instalação de tropas estrangeiras no território do Djibuti. A China e os EUA seguirão competindo por influência na África.

"Eles interpretam erroneamente a política externa da China quando pensam que a China busca seguir o exemplo dos EUA, construindo bases militares em todo o mundo ou interferindo em assuntos internos de outros países", disse Li Weijian, professor do Instituto de Estudos Internacionais de Xangai da disciplina de Estudos da África e do Ocidente asiático, ao The Global Times.

A China possui um pequeno número de tropas no exterior e não consegue proteger plenamente os seus cidadãos e os seus interesses na África. Outros países, em particular os EUA, possuem um grande número de bases em outros países. Atualmente, os Estados Unidos possuem tropas instaladas em 42 países.

"O Djibuti facilita a proteção dos interesses econômicos da China na África e asseguram a paz regional. A China está somente começando a entender como se comportar no âmbito de potência global", citou especialista ao jornal.

Surge importante questão: como duas potências podem sobreviver no mesmo território? Na opinião do ex-chefe do Departamento de operações do Estado-Maior da Rússia, Nikolai Moiseev, a presença simultânea de dois países no Djibuti pode gerar mais tensões em meio às relações bilaterais.

"A construção da base chinesa no Djibuti reforça a intenção de Pequim de expandir a sua área de influência não somente no Oceano Índico, mas além dos seus limites", disse o ex-vice-chefe do Estado-Maior da Rússia, Viktor Barynkin, ao portal russo Gazeta.ru.

O Djibuti está localizado no estreito de Bab-el-Mandeb e pode ser utilizado como entrada ao Canal de Suez. Ao contrário dos seus vizinhos, o Djibuti é um país estável. 

O ministro das Relações Exteriores do Djibuti disse que o país saúda a presença chinesa, bem como a dos EUA, OTAN, França, Reino Unido, Itália e Japão, sendo estes países e organizações que estão presentes no país, informou o The Global Times.

Entretanto, analistas do Pentágono preveem que, daqui a uma década, a China irá contar com mais bases militares em territórios estrangeiros. Entre os locais mais prováveis para construção de nova base chinesa está o país árabe do Omã, onde navios chineses frequentemente param para reabastecimento.

Alguns especialistas acreditam que bases chinesas podem ser construídas nas Ilhas das Seicheles ou no porto paquistanês de Karachi.

Na opinião de Barynkin, a China está transformando seu país continental em uma potência marítima global.