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Itália recupera barco da pior tragédia do mar Mediterrâneo

O naufrágio de 18 de abril de 2015 matou cerca de 700 pessoas

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Foi recuperado perto da costa da Líbia o barco pesqueiro que naufragou em 18 de abril de 2015 e protagonizou a pior tragédia com imigrantes já registrada no Mediterrâneo, com cerca de 700 mortos. 

A embarcação foi retirada do fundo do mar na última segunda-feira (27) por meio de uma espécie de guincho instalada no navio italiano Ievoli Ivory. A operação foi acompanhada pela Marinha Militar de Roma e por uma equipe do Corpo de Bombeiros, que deve realizar a primeira inspeção nos destroços. 

O barco será transportado para o Porto de Augusta, na Sicília, onde ficará dentro de uma estrutura refrigerada com 30 metros de comprimento e 20 de largura. Lá serão iniciadas as operações de recuperação dos restos mortais ainda presentes na embarcação. 

Não se sabe exatamente quantas pessoas morreram na tragédia, mas o número de 700 vítimas é baseado em relatos de imigrantes que sobreviveram ao naufrágio. O barco clandestino havia partido da Líbia, país que está a menos de 300 km de distância da Itália por água. 

Embora episódios do tipo sejam recorrentes no Mediterrâneo, as dimensões do desastre de 18 de abril de 2015 inflamaram o debate sobre a crise migratória e jogaram luz sobre a incapacidade da União Europeia de enfrentar esse fenômeno com eficácia. 

A rota entre a África e a Itália é considerada a mais mortal do mundo pela Organização Internacional para as Migrações (OIM). Apenas em 2016, 2,4 mil pessoas morreram tentando completar a travessia.