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Parlamento Europeu enfrenta momentos de tensão e troca de acusações

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Nesta terça-feira (28), durante reunião do Parlamento Europeu, em Bruxelas, Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, mostrou-se irritado com a presença de parlamentares britânicos no local. Após dizer que a vontade do povo britânico deveria ser respeitada e pedir a rápida saída do Reino Unido da UE, políticos britânicos aplaudiram Juncker.

Visivelmente contrariado, Juncker afirmou ser “a última vez que aplaudiriam”. Ele pediu ao governo do Reino Unido para esclarecer a situação o mais rápido possível de modo a evitar incertezas. "Sem notificação, não haverá negociações", afirmou, ao garantir que não haverá negociações secretas ou informais com Londres.

"Você lutou pela saída, o povo britânico votou a favor da saída, então, por que você está aqui?”, questionou Juncker ao se dirigir ao líder do Partido de Independência do Reino Unido (Ukip), Nigel Farage.

Outro momento bastante tenso da reunião foi quando Farage disse que nenhum dos líderes presentes tinha feito um bom trabalho em suas vidas. Sob vaias, Farage foi reprimido por Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, que disse ser inaceitável tal postura.

Para esquentar ainda mais o debate, Farage disse que o Parlamento estava contrariado, pois o projeto político da UE enfrenta um estado de negação e acrescentou que o Reino Unido não será o último país a sair do bloco. Ele completou que a “UE deve permitir que os britânicos possam perseguir suas ambições globais”.

Farage lembrou que aqueles que riram dele há 17 anos – quando chegou ao Parlamento anunciando uma campanha para o Reino Unido sair da UE – já não riem agora. Segundo ele, se a UE rejeitar um "acordo de comércio sensato" com o Reino Unido, as consequências serão bem piores para os 27 membros que permanecem no bloco do que para o Reino Unido. "Mesmo se não houver um acordo, será melhor para o Reino Unido do que o acordo podre que temos hoje", acrescentou.

O ex-primeiro-ministro belga Guy Verhofstadt repreendeu Farage, comparando-o à propaganda nazista. "Finalmente vamos nos livrar do maior desperdício no orçamento da UE, que pagamos há 17 anos, o seu salário", disse Verhofstadt.