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'Clarín': Macri pede "perdão" aos argentinos com dinheiro no exterior e declara conta nas Bahamas

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Matéria publicada nesta segunda-feira (30) no Clarín, fala que o anúncio do "perdão, que já era esperado, foi feito nesta sexta-feira (27), no dia seguinte de ser divulgado oficialmente ter conta nas Bahamas, surpreendendo integrantes de seu governo. 

Segundo a reportagem, Macri anunciou também um plano fiscal, com pagamentos acessíveis de impostos, para aqueles que têm dinheiro não declarado, fora do sistema financeiro – em casa, nos cofres dos bancos ou no exterior. O chamado ‘blanqueo’ (reconhecimento por ter dinheiro escondido) não é novidade na Argentina, onde tradicionalmente existe desconfiança nas mutantes regras políticas e econômicas do país.

No discurso desta sexta (27), fala o jornal Clarín,  Macri sugeriu que agora os argentinos “podem confiar” que não serão surpreendidos com medidas que mudem as regras estabelecidas. Ele e integrantes de seu governo afirmam que as medidas que pretendem estimular a repatriação de divisas obedecem a acordos internacionais. Hoje Macri caminha como equilibrista para manter a confiança dos argentinos em sua gestão e em sua declaração de bens.

Clarín lembra que o nome dele foi citado recentemente em empresas offshore criadas pelo pai, o empresário Franco Macri, em paraísos fiscais, no escândalo que ficou conhecido como Panamá Papers, e envolveu nomes internacionais de políticos, empresários, cineastas e escritores, entre outros. Na época, poucos meses após ter assumido a Presidência em dezembro passado, Macri anunciou que passava a administração de sua fortuna para especialistas – uma forma de evitar ser acusado de irregularidades com o dinheiro público.

Mas como informa o jornal Clarín, sua declaração à ‘Oficina Anticorrupción’ (Escritório de combate à corrupção) dizendo que possui dezoito milhões de pesos (acima de um milhão de dólares) nas Bahamas surpreendeu até sua equipe nesta semana. Nestes meses, Macri tem sido elogiado em setores empresariais por medidas como o acordo com os chamados ‘houldouts’ (ou fundos abutres), pelo fato de a Argentina ter “voltado a gerar interesse no mercado internacional” e “a sua disposição permanente para o diálogo com os diferentes setores” e "por fazer o país voltar a ser confiável e voltar a crescer", como disse um deles.

O jornal comenta neste texto que as medidas aplicadas pelo governo para estimular a economia, como o fim do controle cambial, geraram dólares e alguns anúncios de investimentos para o país. Os que apoiam a gestão Macri elogiam os primeiros resultados e acreditam que iniciativas esperadas como obras públicas gerarão crescimento econômico. Os críticos dizem que nada mudou e apontam para, por exemplo, a inflação "galopante" nos supermercados e a crescente pressão no bolso.