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Mediterrâneo registra mais de 700 mortes nos últimos dias

Cálculos são da agência da ONU para refugiados

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Ao menos 700 pessoas podem ter morrido nas águas do Mar Mediterrâneo nos últimos dias enquanto tentavam chegar à Itália, apontou relatório da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) divulgado neste domingo, dia 29.    

Dados foram fornecidos com base em testemunhos de imigrantes sobreviventes.    

Para a porta-voz da Acnur, Carlotta Sami, "nunca saberemos o número exato, nunca conheceremos sua identidade, mas os sobreviventes nos disseram que há mais de 500 mortos".    

Na última quarta-feira, calcula-se que ao menos 100 pessoas tenham morrido após o naufrágio de uma embarcação superlotada que vinha da costa africana. No dia seguinte, outras cerca de 500 vítimas morreram em tragédia similar. Outros 45 corpos foram encontrados na última sexta-feira no Canal da Sicília e muitas pessoas continuam desaparecidas, quando mais uma embarcação virou.    

Apesar dos dados alarmantes, na última sexta-feira, o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, disse acreditar "fora de lugar" falar de uma emergência migratória no Mediterrâneo neste momento, embora tenha reconhecido um aumento das chegadas ao litoral do país nos últimos dias. 

Só em 2015, a Itália foi porta de entrada para mais de 150 mil pessoas que fugiam das guerras, da miséria e de perseguições, especialmente, de países do norte da África, do Afeganistão e do Iraque. O país é a segunda "rota de imigrantes" pelo mar, ficando atrás apenas da Grécia -- que recebeu mais de 840 mil imigrantes no ano passado. 

A maior tragédia registrada na região nos últimos anos foi em abril de 2015, quando mais de 800 pessoas perderam a vida em um naufrágio.