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França anuncia 72 mil policiais para a segurança da Euro2016

Novas medidas para evitar ataques terroristas foram anunciadas

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O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, anunciou nesta quarta-feira (25) as novas iniciativas de segurança para a realização da Eurocopa e informou que 72 mil policiais (42 mil da polícia nacional e 30 mil da Gendarmeria) trabalharão durante os dias de evento na proteção das seleções, torcedores e dos locais de jogos. A Euro2016 ocorre entre os dias 10 de junho e 10 de julho.

    "Nosso objetivo é que a Euro seja um grande evento festivo, mas nós precisamos falar a verdade para os franceses. Zero por cento de precaução é 100% de risco, mas 100% de precaução não é risco zero. Nós vamos fazer de tudo para evitar um ataque terrorista e estamos nos preparando para saber responder", disse em coletiva.

    Ao ser questionado sobre como está sendo a preparação das equipes, Cazeneuve afirmou que "em até 16 dias, nós estaremos prontos para todas as situações, de ataque químico ao salvamento de reféns, passando pelo movimento de uma grande quantidade de pessoas que estejam em pânico".

    Ainda de acordo com o ministro, cada seleção terá em sua equipe de segurança de três a seis agentes das repartições antiterrorismo da GIGN (a equipe de elite da Gendarmeria) e da RAID (unidade de elite da Polícia Nacional Francesa). Essa variação nos números, conforme informou o presidente da Euro2016, Jacques Lambert, é justificada de acordo com o risco de um possível ataque.

    Segundo Cazeneuve, o anúncio da contratação de 10 mil agentes privados para o evento - realizado em março deste ano - terá como objetivo monitorar as chamadas "fan zones", onde os torcedores se reúnem para acompanhar os jogos fora dos estádios.

    Em Paris, a estrutura terá capacidade para até 100 mil pessoas.

    No total, a França gastará 8 milhões de euros (R$ 31,6 milhões) para fazer a segurança das "fan zones", incluindo 1,9 milhão de euros (R$ 7,5 milhões) de investimento em equipamentos de segurança em vídeo.

    Outros 200 policiais estrangeiros serão incorporados ao grupo de monitoramento para evitar atos de vandalismo em estádios, aeroportos e pontos públicos, como ocorre em inúmeras partidas das competições europeias de times. A expectativa dos organizadores é que a Euro reúna, ao todo, 2,5 milhões de espectadores nos estádios.

    O ministro ainda foi questionado pelos jornalistas sobre os problemas de segurança na final da Copa da França, ocorrida no final de semana, entre Paris Saint-Germain e Olympique de Marseille. No dia da partida, houve tumulto na entrada do Stade de France, além de torcedores terem entrado com sinalizadores e pequenas bombinhas. "Nós vamos fazer correções sobre isso, mas a partida entre PSG e Marseille não era uma partida-teste para a segurança", destacou.

    Além dessas medidas anunciadas hoje, a França já havia prorrogado até o fim de julho o "estado de emergência" - ativado após os atentados terroristas do dia 13 de novembro de 2015 - que dá autorização ao Estado de fazer um monitoramento mais intenso de atividades e/ou comportamentos suspeitos.

    Em março deste ano, o governo francês havia anunciado medidas para reforçar a segurança tanto da Eurocopa como do Tour de France - que ocorrerá entre os dias 2 e 24 de julho.

    Na época, Cazeneuve divulgou que seria implementada uma "revista sistemática" nas entradas de cada instalação para o evento, a inclusão de mais detectores de metais nos estádios e melhorias na instalação de sistemas de monitoramento por vídeo.

    - Ameaça terrorista: Em um áudio divulgado pela emissora "BFM TV", os terroristas do Estado Islâmico (EI, ex-Isis) que realizaram dois atentados em Bruxelas, na Bélgica, no dia 22 de março, revelaram que estavam planejando um ataque para "cancelar a Eurocopa".

    "Para eles, será uma verdadeira vergonha, se trata de uma grande perda financeira e servirá de lição", diz o extremista Ibrahim el-Bakraoui, um dos kamikazes nos atentados belgas.

    Além disso, a França foi palco dos maiores atentados na Europa em 2015. Em janeiro, dois atiradores entraram na sede do jornal satírico "Charlie Hebdo" e mataram 12 pessoas. Em novembro, outras 130 morreram em seis ataques realizados em pontos turísticos de Paris - incluindo uma tentativa frustrada de atentado no Stade de France, que realizava um amistoso entre França e Alemanha. Ambas as ações foram reivindicadas pelo EI.