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Cairo admite possibilidade de terrorismo em voo da Egyptair que decolou de Paris

Avião A320 com 66 a bordo desapareceu dos radares

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O ministro da Aviação do Egito, Sherif Fatih, anunciou que ainda não foram encontrados destroços físicos do avião da Egyptair desaparecido nesta manhã (19), além de admitir de que "pode se tratar de um ato terrorista". "Pode se tratar de um ato terrorista, mas, no momento, não temos certeza", disse Fatih em uma coletiva de imprensa. 

"Há hipóteses, mas é preciso analisar primeiro todas as informações recolhidas". "Os restos e destroços do avião ainda não foram encontrados", informou o ministro, referindo-se às informações de que possíveis pedaços do A320 foram avistados perto de uma ilha da Grécia. O ministro também orientou que a imprensa use a expressão "avião desaparecido", e não "acidente ou incidente". 

O avião da Egyptair que fazia a rota entre Paris e Cairo desapareceu dos radares nesta quinta-feira (19), com 66 pessoas a bordo. O voo MS804 tinha partido do aeroporto Charles de Gaulle, na capital francesa, às 23h09 desta quarta-feira (18) e desapareceu dos radares às 2h45, a 280 quilômetros de distância do início do espaço aéreo do Egito e a cerca de 37 mil pés de altura. A aeronave, modelo Airbus A320, deveria pousar no Cairo por volta das 3h15 locais.    

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O avião levava 56 passageiros, entre eles um menino e dois bebês recém-nascidos, sete tripulantes e três agentes de segurança da Egyptair. De acordo com a imprensa egípcia e com funcionários da Egyptair, o piloto da aeronave emitiu um alerta de emergência às 2h26, mas o sinal de SOS só foi captado duras horas depois, às 4h26. 

No entanto, o governo do Egito desmentiu a informação. O primeiro-ministro Sherif Ismail disse que "não há nenhum dado sobre o que aconteceu". Enquanto isso, o primeiro-ministro da França, Manuel Valls, anunciou que "nenhuma hipótese está excluída" e que as autoridades analisam inclusive a possibilidade de um ato terrorista.    

Já o presidente francês, François Hollande, conversou nesta manhã com o mandatário egípcio, Abdel Fattah al Sisi, para pedir uma "estreita colaboração" nas investigações do caso, informou o Palácio do Eliseu. 

Também foi realizada uma reunião de emergência de alto nível na capital francesa. Em declarações à imprensa, Hollande confirmou que o avião caiu e garantiu que as circunstâncias e as causas do acidente serão analisadas. "Nós temos o dever de saber tudo que aconteceu. Nenhuma hipótese está descartada nem excluída", disse.    

"Quando a verdade for estabelecida, teremos como tirar quaisquer conclusões, se foi um acidente ou um ato terrorista", afirmou Hollande.    

As Forças Armadas da Grécia enviaram uma equipe para a região onde foram localizados destroços que poderiam pertencer à aeronave. "Foram direcionados para Karpathos uma fragata de guerra, um avião C130 e uma aeronave militar EMB-145H para as operações de busca", disse o Ministério da Defesa da ilha. 

Atentados 

A França é considerada um dos principais alvos de terrorismo na Europa nos últimos anos. Em novembro do ano passado, o grupo extremista Estado Islâmico (EI, ex-Isis) cometeu uma série de atentados simultâneos em Paris, matando 137 pessoas. Foi um dos piores ataques da história francesa. 

O Estado Islâmico, que domina grandes áreas da Síria e do Iraque, mantém ramificações em outros países, como a Líbia, além de recrutar jihadistas e os chamados "lobos solitários", que agem sozinhos para cometer atentados. 

Além disso, em outubro, um avião russo caiu perto do Sinai, no Egito, após uma bomba explodir dentro da aeronave. O Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque, apesar de Moscou passar meses relutando em admitir que poderia ter sido um ato terrorista. Ao todo, 224 pessoas morreram. 

"O Kremlin e o presidente Vladimir Putin lamentam a catástrofe com o avião egípcio", disse o porta-voz do governo de Moscou, Dmitry Peskov, nesta manhã ao comentar o acidente.

Com Ansa