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Oposição vence 1ª etapa para tirar Nicolás Maduro do poder

MUD conseguiu recolher 1,8mi de assinaturas para ativar processo

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A oposição política da Venezuela entregou na noite desta segunda-feira (02) mais de 1,85 milhão de assinaturas para ativar o trâmite legal para um referendo revogatório do presidente do país, Nicolás Maduro. O número é muito superior ao solicitado por lei, o chamado 1%, que representa "apenas" 195.721 assinaturas.

    Segundo nota divulgada pela aliança Mesa de Unidade Democrática (MUD), "foram entregues 80 caixas com formatos correspondentes, os quais, para maior formalidade metodológica, foram devidamente paginados e digitalizados". Os documentos agora seguem para a verificação do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que terá que validar todas as assinaturas contidas nos formulários.

    Caso sejam aprovados, a oposição terá que conseguir cerca de 20% do "padrão eleitoral", o que dá um número próximo a quatro milhões de assinaturas. Se tudo sair conforme o planejado pela MUD, o referendo será convocado entre o fim deste ano e o início do ano que vem.

    Porém, há divergências nos prazos do processo. Para a oposição, a análise dos documentos deveria iniciar imediatamente. Porém, a reitora do CNE, Tania D'Amelio, afirmou que "deve ser cumprido o prazo de 30 dias fixado para a coleta" das assinaturas. Isso porque, no dia 26 de abril, a entidade deu o prazo de 30 dias para conseguir todas as firmas e a oposição conseguiu o número mínimo em "prazo recorde".

    Um dos líderes opositores, Henrique Capriles, afirmou que o grupo "não vai aceitar que a CNE ponha obstáculos na via democrática" e que "não iremos aceitar os 30 dias".

    Já outro líder, Freddy Guevara, alertou que a "reitora tem uma oportunidade histórica para o judiciário da Venezuela: ou vocês passam como heróis e ajudam a dar uma solução pacífica para esta crise ou passarão como os maiores traidores que impediram o povo venezuelano a expressar um direito constitucional".

    Apesar da baixa popularidade, o governo de Nicolás Maduro afirmou estar preparado para "qualquer batalha".

    "A principal delas é a que estamos trabalhando agora, que é superar a guerra econômica e o problema do desabastecimento, estamos concentrados nisso", informaram interlocutores do presidente. Sobre o referendo, as fontes informaram que a comissão que avaliará as assinaturas vão "garantir a paz, a democracia e a constitucionalidade".

    De acordo com a Constituição, o pedido de referendo revogatório na Venezuela pode ser convocado logo que o representante público tenha cumprido metade do período para o qual foi eleito. No caso de Maduro, ele cumpriu a metade do mandato no mês de abril de 2016. O mandatário foi eleito para o período entre os anos de 2013 e 2019. (ANSA)