Após os protestos contra o governo argentino na última sexta-feira (29), que reuniram milhares de pessoas em Buenos Aires, o presidente do país, Mauricio Macri, afirmou nesta segunda-feira (02) que seu governo está gerando empregos de "qualidade" e defendeu as medidas que diminuem as taxas de exportação como geradoras de emprego.
Segundo Macri, essas mudanças tributárias - muito questionadas pelos opositores - vão favorecer todos os setores da economia argentina e não a determinados grupos.
"Não entendo quando dizem que isso é para beneficiar um setor.
Será ignorância ou má fé? Os impostos afetam qualquer tipo de exportação, sejam industriais, minerais ou do campo e que geram emprego", disse Macri em evento.
A fala foi direcionada contra o presidente da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Hugo Moyano, que acusou o mandatário de atuar em prol de apenas um setor.
Além da questão tributária, os protestos de sexta também criticavam o fato de Macri ter anunciado que vetaria, caso fosse aprovada, uma lei que proíbe demissões no país e que está em análise na Câmara dos Deputados. A medida prevê uma suspensão de 180 dias nas demissões do país como forma de evitar a perda de empregos no país.
Nesta terça-feira (03), Macri também se defendeu sobre essa questão. "Não posso apoiar algo que estou convencido de que fará mal para os argentinos. A arbitrariedade não funciona. Não há demissões em massa no país, mas sim um estancamento na criação de empregos", ressaltou o presidente argentino.
Do ponto de vista dos sindicatos, a situação é "grave". Por causa disso, as maiores centrais sindicais do país se uniram - fato que não ocorria durante os governos dos Kirchner - e ameaçaram fazer uma greve geral conjunta caso Macri vete a lei sobre demissões. (ANSA)