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Festa de 1º de maio reúne 300 mil pessoas em Roma

Manifestação homenageou italiano assassinado no Egito

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Cerca de 300 mil pessoas participaram neste domingo (1º) da tradicional festa em Roma pelo Dia Internacional do Trabalhador, realizada na praça San Giovanni. O balanço foi divulgado pelos sindicatos que organizaram o ato.

Como de costume, a manifestação contou com shows de bandas identificadas com a esquerda italiana, com destaque para o grupo de "combat folk" (uma vertente mais engajada da música folclórica) Modena City Ramblers, que levantou a multidão ao tocar a canção antifascista "Bella ciao".

Além disso, a festa homenageou o pesquisador italiano Giulio Regeni, assassinado em circunstâncias misteriosas no Cairo, capital do Egito. O corpo do estudante de 28 anos foi encontrado em fevereiro passado, mas até agora não se sabe o que motivou o crime. A principal suspeita na Itália é de homicídio político, já que Regeni frequentava sindicatos banidos pelo presidente Abdel Fatah al Sisi.

"Era uma vez um jovem de 28 anos... Se chama Giulio Regeni e vive em cada um de nós para pedir justiça e verdade", dizia uma mensagem exibida em um telão no palco da manifestação. Também foi lido um recado enviado pelos pais do pesquisador, Paola e Claudio, que agradeceram pelo apoio. "Obrigado a todos vocês que estão aqui para se divertir, cantar e pedir o respeito aos direitos de todas as pessoas", escreveram os genitores.

O evento de 1º de maio em Roma tem tanta importância na Itália que é transmitido ao vivo em rede nacional pela emissora estatal "RAI". No entanto, apesar de a da capital ser a mais tradicional, também houve manifestações em diversas cidades do país, como Turim e Gênova, onde os atos foram marcados por críticas ao governo.

Atualmente, a taxa de desemprego na nação está em 11,4%. O índice é o mais baixo desde dezembro de 2012, embora continue elevado. Cerca de 2,9 milhões de cidadãos estão sem trabalho na Itália.

"Desde quando estamos no governo, criamos 398 mil postos de trabalho, dos quais 354 mil de tempo indeterminado. E há 373 mil desocupados a menos. Mas não vamos nos acomodar porque temos ainda muito a fazer", escreveu no Facebook o primeiro-ministro Matteo Renzi.

Ele não participou de nenhum ato público neste domingo, porém recebeu operários da metalúrgica italiana Eurallumina. Por sua vez, o presidente Sergio Mattarella, que celebrou o Dia do Trabalhador no Palácio do Quirinale, afirmou que um país incapaz de incluir os jovens é uma nação "parada".

"Um país que exclui os jovens, ou os insere no mercado de trabalho de maneira precária, se condena sozinho", acrescentou.