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Áustria apresenta plano para controlar fronteira com Itália

Cerca de 250 policiais serão deslocados para Brennero

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O governo austríaco e os representantes da região do Tirol deram detalhes nesta quarta-feira (27) sobre os novos controles de fronteira que serão implantados entre Áustria e Itália e sobre a polêmica barreira que será erguida na região para evitar um grande fluxo de imigrantes ao país. Serão colocados em serviço cerca de 250 policiais austríacos para controlar a passagem de estrangeiros e "em caso de necessidade, serão enviados também soldados para Brennero, mas será uma decisão tomada pelo Ministério da Defesa [da Áustria]", informou o chefe da polícia de Tirol, Helmut Tomac.

    O policial ainda afirmou que a construção de uma barreira de cerca de 370 metros foi adiada por causa das conversas que ocorrerão entre o ministro do Interior da Itália, Angelino Alfano, e seu homólogo austríaco Wolfgang Sobotka nos próximos dias.

    "Trata-se de uma rede normal e não de arame farpado. Ela será erguida só em necessidade, no caso de uma maciça chegada de imigrantes. A Áustria não pretende isolar-se, mas criar um afunilamento para controlar eventuais fluxos de imigrantes", acrescentou Tolmac. Ou seja, a construção não seria fixa, mas seria "aberta e fechada" de acordo com a situação enfrentada.

    Os austríacos ainda "gostariam" de controlar as fronteiras, especialmente no transporte por trem, do lado italiano, e para isso já teriam o apoio das províncias autônomas de Trento e Bolzano, mas não a concordância de Roma.

    "A hipótese de fechar Brennero é descaradamente contra as regras europeias, além de que é contra a história, contra a lógica e contra o futuro. A questão da imigração é, como sempre, muito complicada, mas os anúncios exagerados dos últimos dias precisam ser recalibrados. Nos primeiros quatro meses do ano, o número de imigrantes é inferior aos de 2014 e substancialmente igual ao de 2015", disse o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, em um artigo distribuído de maneira online.

    Uma das justificativas de Viena para erguer a barreira é um cálculo, feito por seus ministérios, de que até "300 mil estrangeiros" poderiam chegar à Áustria após a série de restrições impostas na rota imigratória dos Balcãs, que parte da Grécia. Assim como a Alemanha, os austríacos são os que mais recebem pedidos de asilo de imigrantes vindos do Oriente Médio e do norte da África.

    Até o dia 26 de abril, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), a Itália recebeu quase 26 mil imigrantes enquanto que a Grécia recebeu 154,4 mil pessoas durante esse período de 2016.

    Já o ministro italiano das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, disse que "confia" que o governo austríaco "não tomará decisões unilaterais sobre a fronteira de Brennero" e que a "Áustria continuará a colaborar de maneira próxima a nós sobre a crise dos refugiados". (ANSA)