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No México, Papa faz dura crítica a corrupção e tráfico

Francisco se reuniu com presidente Enrique Peña Nieto

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O papa Francisco criticou a corrupção e a chamada "cultura do descarte" ao se reunir neste sábado (13) com o presidente do México, Enrique Peña Nieto, um dos primeiros compromissos do líder da Igreja Católica em sua viagem oficial ao país. O argentino Jorge Mario Bergoglio foi recebido no Palácio Nacional. Nunca antes um Papa tinha participado de uma reunião oficial como chefe de Estado no local. 

"A experiência nos mostra cada vez mais que, quem opta pelo caminho dos privilégios e dos benefícios para poucos, cedo ou tarde a vida social se torna um cultivo de corrupção, tráfico de drogas e exclusão de diferentes culturas, de violência e de tráfico de pessoas, sequestros e mortes, as quais causam sofrimento e criam obstáculos ao desenvolvimento", disse Francisco. O Papa também ressaltou que o México "é um grande país" e que o governo "pode contar com a colaboração da Igreja Católica, que acompanha a vida da nação". Francisco disse que "uma cultura ancestral e um capital humano esperançoso" como o do México devem ser "fonte de estímulo para novas formas de diálogo" destinadas a resolver os problemas do país.

    Além disso, o Papa pediu construção de "pontes capazes de nos guiar pelo compromisso solidário, com a construção de uma autêntica política humana e uma sociedade na qual ninguém se sinta vítima da cultura do descarte".

    Ressaltando que as causas pelas quais Francisco luta são as mesmas do México, Peña, por sua vez, defendeu o Estado laico vigente no país, que é o segundo maior com número de católicos do mundo, e disse que "proteger a liberdade religiosa protege a diversidade humana". "Cabe à Igreja seguir promovendo a esperança, a solidariedade, a fraternidade e o amor", disse o mandatário. Após a reunião com o presidente mexicano, Francisco se encontrou com bispos locais, aos quais solicitou que não temam a "transparência" e não se "encubram de penumbras de neve da mundanidade".

 "A Igreja não precisa de obscuridade para trabalhar", disse. Segundo o Papa, o problema do narcotráfico no México é "um desafio étnico e cívico para a juventude e para a sociedade inteira, inclusive a Igreja". Ele definiu a criminalidade no país como uma "metástase que devora" o México. O líder católico chegou na noite de ontem (12) ao país para uma visita oficial que será encerrada somente em 18 de fevereiro. É a quarta vez que o Papa viaja ao continente americano, sua terra natal, desde que foi eleito, em março de 2013. (ANSA)