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Italiano morto no Cairo foi assassinado em apartamento

Segundo jornal, corpo foi largado em estrada após crime

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O jornal independente "Al Masry al Youm" informou nesta quarta-feira (10) que o pesquisador italiano Giulio Regeni" foi morto em um apartamento no centro do Cairo e, depois, seu corpo foi levado até a estrada desértica" onde foi encontrado.    

A afirmação tem como base fontes ligadas à investigação das forças de segurança, de acordo com a publicação. Na última segunda-feira (08), fontes ligadas ao inquérito afirmaram para a ANSA que o corpo do italiano estava com as duas orelhas mutiladas na parte superior além de "dezenas de pequenos cortes" por toda a pele.    

A morte de Regeni foi confirmada na última quinta-feira (04) após um corpo de um homem totalmente nu na parte de baixo e com sinais de tortura ter sido encontrado na noite anterior na região de Hazem Hassan. Ele estava desaparecido há quase 10 dias e morava no país para fazer um estudo sobre a política egípcia.    

Natural de Fiumicello, Regeni também contribuía com o jornal comunista italiano "Il Manifesto". Em seu último artigo, publicado após sua morte, ele acusa o presidente egípcio, Abdel Fatah al Sisi, de obter o controle do Parlamento com o "maior número de policiais e militares da história do país, enquanto o Egito está na parte inferior de todas as classificações mundiais sobre respeito à liberdade de imprensa". Há suspeitas de que a morte do jovem possa ter fins políticos e, por causa disso, o jornal britânico "Times" criticou o país africano por sua política de repressão aos opositores.    

Para o periódico, o caso do italiano é "um homicídio vergonhoso" e que o Egito voltou a ser o que era antes da revolta conhecida como Primavera Árabe - ocorrida há cinco anos. "Milhares de civis são detidos sem acusações e que a simples suspeita de desacordo é utilizada como justificativa de uma ditadura militar ao velho estilo", escreveu a publicação.    

O corpo de Regeni já está na Itália e a autópsia, realizada por um instituto de medicina legal de Roma, concluiu que o italiano morreu por causa da fratura de uma vértebra cervical provocada por um "violento golpe no pescoço". O exame ainda constatou a presença de diversas lesões, embora não tenha identificado sinais de abuso sexual.