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Italiano morto no Cairo teve orelhas mutiladas

Assassinos também arrancaram duas unhas de Giulio Regeni

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O corpo do pesquisador italiano Giulio Regeni, encontrado morto no Cairo, capital do Egito, estava com as duas orelhas mutiladas na parte de cima. A informação foi passada à ANSA por fontes próximas ao inquérito que investiga o assassinato do estudante.    

Segundo essas mesmas pessoas, havia também dezenas de "pequenos cortes" espalhados pelo corpo de Regeni, inclusive nas plantas dos pés. Além disso, foram arrancadas duas unhas da vítima.    

A autópsia, realizada por um instituto de medicina legal de Roma, concluiu que o italiano morreu por causa da fratura de uma vértebra cervical provocada por um "violento golpe no pescoço".    

O exame ainda constatou a presença de diversas lesões, embora não tenha identificado sinais de abuso sexual.    

O pesquisador foi achado morto no Cairo após quase 10 dias desaparecido. Seu corpo tinha sinais de tortura, marcas de ferida e estava totalmente nu na parte de baixo. Natural de Fiumicello, Regeni viajara ao Egito para desenvolver uma tese sobre economia, mas também contribuía com o jornal comunista italiano "Il Manifesto".    

Em seu último artigo, publicado após sua morte, ele acusa o presidente egípcio, Abdel Fatah al Sisi, de obter o controle do Parlamento com o "maior número de policiais e militares da história do país, enquanto o Egito está na parte inferior de todas as classificações mundiais sobre respeito à liberdade de imprensa".    

A matéria também mostra como sindicatos independentes tentam se manter vivos na nação africana, que permite a existência de uma única entidade sindical, a Etuf, fiel a Sisi. Além disso, Regeni diz em seu texto que o presidente assumiu o poder graças a um golpe militar, o mesmo que derrubou Mohamed Morsi, ligado à Irmandade Muçulmana. Antes de morrer, ele pediu para o jornal publicar o artigo sob um pseudônimo.    

Seu funeral será realizado na próxima sexta-feira (12), em Fiumicello.