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Itália condena 6 por tráfico de humanos no Mediterrâneo

Investigação começou após naufrágio matar 366 em Lampedusa

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 A juíza Angela Gerardi, de Palermo, condenou nesta segunda-feira (8) seis africanos acusados de tráfico de seres humanos a penas que vão de dois anos a seis anos e quatro meses de cadeia. Essa é a primeira sentença italiana que reconhece a existência de uma organização que administra o contrabando de pessoas no mar Mediterrâneo. 

Os réus estão presos desde 2014 e são todos da Eritreia, um dos países que mais "fornecem" solicitantes de refúgio para a Itália. O grupo era responsável por administrar a permanência de imigrantes que chegavam da Líbia e sua eventual transferência para outras nações da Europa. 

Os africanos foram condenados por formação de quadrilha com fins de favorecimento à imigração clandestina. Um deles, Nuredin Atta, fez um acordo de delação premiada e virou colaborador da justiça, obtendo uma pena de cinco anos de cadeia. Os outros sentenciados são: Samuel Weldemicael (seis anos e quatro meses), Mohammed Salih (seis anos), Tesfahiweit Woldu (quatro anos), Matywos Melles (dois anos e quatro meses) e Yared Afwerke (dois anos). 

Já o processo contra o suposto chefe da organização, Ermis Ghermay, foi suspenso porque o réu, que estaria escondido na Líbia, não pôde ser encontrado. O caso nasceu da investigação do naufrágio de 3 de outubro de 2013, que matou 366 pessoas na costa da ilha italiana de Lampedusa. Sobreviventes da tragédia contaram detalhes da viagem aos investigadores e deram elementos que levaram a polícia até a quadrilha. (ANSA)