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'The Compass': Hollande pode liderar a luta contra ISIS?

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Matéria publicada nesta terça-feira (1), no The Compass, por Aaron David Miller, questiona se o presidente francês, François Hollande pode formar uma coalizão disposta ao risco, finalmente pronta para derrotar o Estado Islâmico? A queda do avião de caça russo em 24 de novembro vai tornar a tarefa muito mais assustadora. Para ter sucesso, Hollande terá que superar três obstáculos:

Aumentar o apoio de Obama: Durante uma coletiva de imprensa com Hollande, tornou-se claro que o presidente dos EUA, Barack Obama não está propenso a alterar sua abordagem militar dos Estados Unidos na Síria. A prescrição de Obama para combater ISIS apela a uma forte dose de ataques aéreos, aliados locais armados como os curdos, intervenção limitada pelas forças especiais, e um processo diplomático projetado para retirar o presidente Bashar Assad, do poder, já que o considera a principal fonte de miséria da Síria. 

Agenda de Putin: a agenda do presidente russo Vladimir Putin na Síria é complexa, e ele se articula com os interesses russos na Ucrânia, Europa e todo o Médio Oriente. Claro que ele quer manter ISIS no alvo, e ganhar aliados, por conta da derrubada de um avião russo sobre o Sinai. Ataques militares russos na Síria têm dominado a mídia russa, e eles aumentam sua credibilidade nas ruas entre o público local. Putin parece mais cooperativo, e talvez tenha conseguido chamar a atenção da Ucrânia. Seu encontro com Hollande mostrou que Putin e a Rússia estão dispostos a cooperar com alguma medida contra ISIS, mas não existe uma verdadeira mudança de prioridades russas na Síria, nem ao apoio de Moscou a Assad.

O Dia Depois: O verdadeiro desafio para esta coalizão vai depender de quem está preparado para assumir a responsabilidade para o futuro da Síria. Colocar Assad para fora e derrotar ISIS no campo de batalha não vai estabilizar a Síria. Vai custar centenas de bilhões de dólares para a reconstrução do país, sem falar no custo humano de 250 mil mortos, mais de 1 milhão de feridos e milhões de outras pessoas deslocadas internamente ou serão conduzidas para fora do país. A menos que a Síria possa ser povoada por sírios e governado de forma eficaz, o local permanecerá vulnerável às lutas que marcaram sua história.