Pelo terceiro dia consecutivo, a poluição no ar de Pequim bateu recorde e o governo recomendou que os moradores permaneçam em casa nesta terça-feira (01). As escolas da cidade também suspenderam todas as atividades ao ar livre para preservar a saúde das crianças e jovens.
Desde domingo (29), as autoridades elevaram o nível de alerta para laranja - um a menos que o máximo - e ordenaram o fechamento de mais de duas mil fábricas consideradas "altamente poluentes".
Segundo dados medidos pela Embaixada dos Estados Unidos em Pequim, foi registrada uma densidade de 621 partículas por metro cúbico de ar, um índice 24 vezes superior aquele considerado tolerável pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A nuvem de fumaça que impede uma visualização maior do que uma dezena de metros atingem, além de Pequim, uma vasta área que segue até o norte do país.
Para fugir das consequências por respirar tanta poluição, os chineses estão usando diversos tipos de máscaras para proteger.
"O governo precisa fazer alguma coisa. Mas, se a situação não melhorar, devemos considerar a possibilidade de mudar de cidade", disse a moradora Yin Lina à mídia local. Segundo um estudo realizado pela Berkeley Earth e publicado na revista "Plos One" em agosto deste ano, a poluição na China faz 1,6 milhão de vítimas por ano - ou seja, mata 4,4 mil pessoas por dia.
Esses recordes consecutivos ocorrem ao mesmo tempo que o presidente chinês, Xi Jinping, participa da 21ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças no Clima, em Paris. Lá, ele é contra a questão de tornar lei o documento que obrigaria os países a cumprirem metas de diminuição na emissão de gases estufa porque afirma que sua nação só começará a fazer essa redução a partir de 2030.
A China, ao lado dos EUA, é o país mais poluidor do mundo. As duas nações são responsáveis por 45% das emissões globais de gases que provocam o efeito estufa.