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'Financial Times': Europa precisa de um senso de direção estratégico para sobreviver

São tantos problemas acontecendo paralelamente que seria necessário um banco de dados

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Matéria publicada dia 30 de novembro no Financial Times, por Wolfgang Münchau, analisa que alguns dos três políticos mais importantes da Europa prestaram importantes declarações na última semana. Angela Merkel, chanceler alemã, disse: se não chegarmos a um acordo sobre os refugiados, o espaço Schengen está em questão. Manuel Valls, primeiro-ministro francês, disse: foi seu país que decidiu abrir as fronteiras; não podemos mais receber refugiados. E Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, disse: se Schengen falhar, o euro falha. A conclusão lógica dessas três declarações é que o euro, inevitavelmente, fracassará. Nenhum destes políticos quis dizer isso. O que estamos vendo aqui é a forma como a política e a economia estão interagindo atualmente na Europa. Mas não existe nenhuma ligação econômica entre Schengen e o euro. Controle de fronteira não está entre os 10, ou mesmo 50 principais ameaças para a sustentabilidade a longo prazo na zona do euro. Mas o Sr. Juncker tem um augumento. Schengen e o euro são os projetos mais ambiciosos e mais visíveis da UE. 

A reportagem fala, que como sempre, o papel da Alemanha é crucial. Merkel cometeu um erro significativo quando abriu as portas aos refugiados. Ela não consultou outros líderes políticos, nem mesmo seu próprio partido. Ela subestimou o impacto e não realizou os preparativos logísticos necessários. Será que estamos realmente surpresos que alguns países da UE recusam-se a aceitar, até mesmo, as modestas cotas propostas? O que está acontecendo? A resposta simples é que há muitas crises acontecendo simultaneamente e a UE não estava preparada para isto: refugiados, terrorismo, invasão da Ucrânia da Rússia, dívida na zona do euro, o futuro da Grã-Bretanha na UE, o futuro da Grécia na zona do euro, a crise constitucional de Portugal, a questão da  independência catalã, os bancos italianos, Volkswagen. Em breve, será necessário um banco de dados de crise para manter o controle.