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Governo brasileiro espera acordo 'ambicioso' na COP21

Presidente Dilma Rousseff quer documento 'robusto' em reunião

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O governo brasileiro espera que a 21ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre as Mudanças do Clima (COP21), que ocorre em Paris até o dia 11 de dezembro, consiga fechar um "acordo que seja robusto, justo, ambicioso e juridicamente vinculante" nos dias de debate. Com isso, o país quer que o documento tenha valor de lei para exigir que as nações cumpram o que prometeram.    

Apesar de ter recebido críticas de especialistas por não ter metas muito impressionantes, o plano do Brasil prevê uma redução de 37% das emissões dos gases do efeito estufa até 2025 (tendo como base o ano de 2005). Segundo as autoridades, o plano é sim "ambicioso" por prever a redução das emissões mesmo com o crescimento populacional previsto até 2040.    

Segundo comunicado da Presidência, "o novo acordo deverá ter caráter universal e seu objetivo deve ser o de consolidar compromissos que limitem a elevação da temperatura média global ao máximo de 2ºC em relação à era pré-industrial (meta política acordada na COP-16, em 2010, em Cancun)".    

Ainda conforme a nota, "o Brasil é o único grande país em desenvolvimento que adotou um compromisso de redução de emissões absoluto e ambicioso para o conjunto da economia".    

A presidente Dilma Rousseff está em Paris desde ontem (29) e participa de uma série de encontros com líderes mundiais para debater soluções para o clima. Para esta segunda-feira (30), ela participará da sessão de trabalho da COP21 com outros chefes de Estado e de Governo e tem previsão de retorno ao país no fim da tarde.   

Metas 

O Brasil está levando metas claras para a COP21 e, além de prever a redução dos gases estufa em até 37% até 2025, o governo realizará ações em outras áreas.    

De acordo com o plano, há a previsão de aumento da participação de bionergia sustentável na matriz energética para 18% até 2030 e isso seria atingido com a expansão do consumo de biocombustíveis e do etanol.    

Para o setor de energia, há a meta de alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis - além da hidrelétrica - na composição da matriz energética até 2030. O governo prevê que isso permitirá "alcançar 10% de ganhos de eficiência no setor elétrico" nos próximos 15 anos.    

Já na questão do desmatamento ilegal, um dos maiores poluidores nacionais, existe a previsão de zerar esse tipo de ação na Amazônia até 2030 e a compensação das emissões de gases "provenientes da supressão legal da vegetação" até o mesmo ano.    

Além disso, há a previsão de restaurar e/ou reflorestar 12 milhões de hectares nas florestas do país nos próximos 15 anos.    

Para o governo, o conjunto de medidas causará uma "redução estimada em 66%" na intensidade de emissões até 2025 e de 75% até 2030.