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Conheça 6 condições para um acordo na COP21

Conferência sobre o clima começou hoje, em Paris

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 Representantes de quase 200 países do mundo se reúnem a partir desta segunda-feira (30), em Paris, para a 21ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), que tenta encontrar um acordo que limite a emissão de poluentes e o aquecimento global.

O evento, que acontece até 11 de dezembro, é anual, mas esta edição tem sido considerada especial por contar com a participação de 195 nações, além da União Europeia (UE). Ao todo, 147 chefes de Estado e de Governo, entre eles a brasileira Dilma Rousseff, estão no evento. A COP21 ocorre em Le Bourget, na capital francesa, sob um forte esquema de segurança, já que Paris foi alvo de uma série de atentados no último dia 13 de novembro, os quais mataram 130 pessoas e foram assumidos pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI, ex-Isis).

Todos os participantes chegaram à COP21 com objetivos claros e com um discurso de disposição para assinar acordos. No entanto, nenhum tema já conquistou apoio suficiente para entrar no texto final. O principal propósito da cúpula é um acordo baseado em medidas concretas que limite em dois graus o aquecimento global até o final do século 21. Os países também tentam definir como podem enfrentar os efeitos das mudanças climáticas, como furacões, secas, ondas de frio e de calor. Especialistas, no entanto, advertem que o objetivo da cúpula é difícil de ser alcançado, pois, casos as emissões continuem no mesmo nível que o atual, a temperatura global pode aumentar em três graus até 2030. O acordo almejado pela COP21 substituria o Protocolo de Kyoto, adotado em 1997 para a redução em escala global dos gases poluentes.

Em novembro de 2009, o texto tinha sido aderido por 187 países, mas os Estados Unidos, o maior emissor mundial de poluentes, nunca o ratificou. No mesmo ano, houve uma cúpula climática em Copenhague, mas o evento fracassou e os resultados foram vagos. Já a COP21 ocorre em um momento de pressão popular na França devido aos efeitos da crise econômica.

Além de cidadãos e eleitores, 200 multinacionais já pediram que os participantes da cúpula criem mecanismos de pagamento pelas emissões. O tema ambiental também ganhou destaque em 2015 com a encíclica (documento autoral) do papa Francisco, lançada em maio. Com o título de "Laudato Sí" (Louvado Seja), o livro do Pontífice critica o sistema de exploração natural e afirma o problema é "uma questão moral". O que é preciso para se chegar a um acordo na COP21? 

1) Os países deveriam apresentar suas propostas e contribuições antes dos debates principais para se criar um ambiente propício a tratados. 

2) Também é preciso estabelecer um mecanismo de apoio às economias em desenvolvimento e à transição de modelos produtivos com baixas emissões. Isso, no entanto, geraria gastos adicionais às nações participantes da cúpula e possíveis signatárias do acordo. 

3) A sociedade civil e os organismos não governamentais, incluindo as empresas, precisariam se envolver nos objetivos do tratado. 

4) O acordo necessitaria ainda colocar um fim aos combustíveis fósseis. 

5) Um dos pontos mais controversos, o texto final da COP21 precisaria diferenciar as exigências de países ricos e pobres - se eles terão a mesma responsabilidade ou não na emissão de poluentes --. 

6) Os participantes também necessitariam demonstrar uma verdadeira vontade de se chegar a um acordo concreto, e não apenas "boas intenções". (ANSA)