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No Quênia, Papa pede coragem para enfrentar a violência

Segundo Pontífice, o medo alimenta o terrorismo e os conflitos

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Em seu primeiro discurso no Quênia, o papa Francisco pediu coragem para enfrentar o terrorismo e as constantes disputas internas nesses países.    

"A violência, o conflito e o terrorismo se alimentam do medo e do desespero [que] nascem da pobreza e da frustração. A luta contra esses inimigos da paz e da prosperidade deve ser levada adiante por homens e mulheres que, sem medo, acreditam nos grandes valores espirituais e políticos que inspiraram o nascimento do país", destacou o Pontífice nesta quarta-feira (25).    

O sucessor de Bento XVI tocou por diversas vezes nas questões que afligem o continente, como as constantes lutas entre grupos armados que se dizem cristãos ou muçulmanos e que levam mortes e destruição nas comunidades mais pores.    

"Até que as nossas sociedades vivenciarem as divisões, sejam étnicas, religiosas ou econômicas, todos os homens e mulheres de boa vontade são chamados para operar pela reconciliação e pela paz, pelo perdão e pela cura dos corações. Na obra de construção de uma sólida ordem democrática, de reforço da coesão e da integração, da tolerância e do respeito pelos outros, a perseguição ao bem comum deve ser um objetivo fundamental", disse o Papa.    

Falando do Palácio Presidencial de Nairóbi após ser acolhido pelo presidente local, Uhuru Kenyatta, e por autoridades, Jorge Mario Bergoglio condicionou também a luta contra a pobreza e ao terrorismo com a defesa ambiental.    

Para o líder católico, os valores africanos sobre a proteção à natureza são fonte de inspiração para os governantes criarem políticas que promovem "modelos responsáveis de desenvolvimento econômico".    

"De fato, há uma clara ligação entre a proteção da natureza e a construção de uma ordem social justa e igualitária. Não há como ter uma renovação do nosso relacionamento com a natureza sem uma renovação da humanidade inteira", ressaltou o argentino. Segundo o Santo Padre, os valores de protegera as criaturas que vivem no mundo está "profundamente radicado na alma africana".    

Na agenda oficial, não há mais nenhum compromisso para o papa Francisco nesta quarta. Para amanhã (26), o cronograma terá a participação do líder católico em um encontro inter-religioso e ecumênico da Nunciatura Apostólica, a realização de uma missa na Universidade de Nairóbi, uma reunião com membros da Igreja Católica na escola St. Mary's e uma visita ao escritório das Nações Unidas na capital queniana.