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OCDE pede para Vaticano não processar jornalistas

Segundo entidade, julgamento viola liberdade de imprensa

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A representante para a Liberdade de Imprensa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Dunja Mijatovic, pediu às autoridades do Vaticano para retirar as acusações penais contra dois jornalistas que publicaram livros com documentos considerados "sigilosos".

    "Os jornalistas devem ser liberados para noticiar sobre questões de interesse público e devem proteger suas fontes confidenciais.

    Convido as autoridades a não proceder com as acusações e a proteger os direitos dos jornalistas em conformidade com as orientações da OCDE", destacou Mijatovic nesta segunda-feira (23).

    Para comprovar seu ponto de vista, a representante destacou que os livros publicados por Emiliano Fittipaldi e Gianluigi Nuzzi publicaram documentos que mostravam supostos erros na gestão financeira e a corrupção na Santa Sé. Está marcada para esta terça-feira (24), a primeira audiência com os dois repórteres e outros três indiciados pelo vazamento de documentos da instituição católica. Além de Fittipaldi e Nuzzi, serão ouvidos o monsenhor espanhol Ángel Vallejo Balda (que está preso no Vaticano) e os ex-funcionários da Comissão de Estudos sobre as Atividades Econômicas da Santa Sé (Cosea) Francesca Chaouqui e Nicola Maio.

    A participação nessa audiência é "voluntária", já que todos, com a exceção do religioso, precisariam ser extraditados da Itália para a cidade-Estado. Os livros "Avarizia", de Fittipaldi, e "Via Crucis", de Nuzzi, apresentam documentos da Cosea que mostrariam diversos problemas na administração financeira da Igreja Católica - como gastos excessivos com aluguéis e roupas - e que contém frases do papa Francisco contra os religiosos que esbanjaram dinheiro.