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Para cardeal, vazamento de carta ao Papa lembra 'Vatileaks'

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O cardeal Gerhard Ludwig Müller, prefeito da Congregação para Doutrina da Fé, condenou a publicação de uma carta endereçada ao papa Francisco denunciando o funcionamento do Sínodo sobre a família. "Uma carta privada ao Papa! Como é possível que seja publicada", disse, em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera.    

"Este é um novo Vatileaks", declarou, acrescentando que "documentos privados do Papa são propriedade privada do Papa e de mais ninguém". "Ninguém pode publicá-los, não sei como isso pode acontecer. Você quem fez isso deve se justificar", concluiu.

Na missiva, entregada a Francisco pelo cardeal australiano George Pell, 13 cardeais conservadores acusam o Pontífice de favorecer liberais nas discussões dentro da Igreja sobre uma aproximação dos fiéis gays e dos divorciados.    

Na carta, enviada no último dia 5, os religiosos descrevem o Sínodo da família como "desenhado para facilitar resultados predeterminados". Para Müller, "a intenção daqueles que queriam a publicação [da carta] é semear discórdia, criar tensões".    

Em 2012, um mordomo do papa emérito Bento XVI vazou uma série de documentos que denunciavam casos de corrupção dentro da Igreja Católica. Episódio ficou conhecido como "Vatileaks".