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Financial Times afirma que Obama está sob pressão

Em casa e no exterior, Presidente luta para restaurar a imagem de força dos EUA

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Em matéria publicada dia 13 de outubro no Financial Times, de Londres, o jornalista Gideon Rachman questiona: Por quanto tempo um país pode representar menos de 5% da população mundial e 22% da economia global, permanecer militarmente dominante no mundo e forte politicamente? Essa pergunta está sendo feita com frequência cada vez maior no Oriente Médio, Europa Oriental e no Oceano Pacífico. Desde o fim da Guerra Fria, o poder esmagador dos militares dos EUA tem sido o fato central da política global. Agora, o poder está sendo testado em três regiões cruciais. Considere três histórias que apareceram no Financial Times na semana passada. Uma história: "US adverte Moscou não escalar operação militar na Síria". História dois: "Navios de guerra americanos desafiam reivindicações no Mar do Sul da China". A história três foi que a Grã-Bretanha tinha concordado em se juntar aos EUA e a Alemanha para envio de tropas para os Países Bálticos.

Segundo esta matéria do jornal inglês, estes eventos estão ocorrendo em diferentes partes do mundo, mas estão conectados. É o poder militar americano que garante fronteiras em todo o mundo. No Oriente Médio, os EUA têm uma gigante base naval e as bases aéreas, que estão lá para tranquilizar os amigos e para intimidar os  rivais. No leste da Ásia, a Marinha dos EUA tem se acostumado a tratar do Pacífico como um "lago norte-americano", garantindo a liberdade de navegação e proporcionando tranquilidade aos seus aliados. Na Europa, a OTAN garante a integridade territorial dos seus Estados membros, sendo que os EUA respondem por 75% dos seus gastos militares. Mas as coisas estão mudando. Intervenção russa na guerra civil síria subestimou os EUA,  a medida em que  perderam o controle do Médio Oriente, na sequência das revoltas da Primavera Árabe e da América, retirada das tropas do Iraque. Com os EUA relutantes em colocar as botas no chão do Oriente Médio novamente, Moscou observou um vácuo de poder e moveu-se para preenchê-lo. 

Em tempo, o Financial Times analisa que, na Europa, a apreensão da Rússia de Crimeia da Ucrânia no ano passado representou a primeira anexação forçada de território no continente desde o fim da segunda guerra mundial. Sem surpresa, os Países bálticos, que faziam parte da União Soviética, estão preocupados  com o precedente, daí a decisão da OTAN em reforçar a sua presença militar ali. Na Ásia, o programa de construção de uma ilha no Mar da China  tomou forma no ano passado. A América diz que não toma posição sobre as disputas territoriais da China com seus vizinhos, mas que está determinado a proteger a liberdade de navegação no Pacífico. Daí a aparente decisão da Marinha dos EUA a desafiar a ideia de que a China estabeleceu as águas territoriais em torno de suas novas ilhas artificiais. Todas as três disputas são um lembrete de que, apesar de se falar de um "mundo sem fronteiras", o controle do território ainda é fundamental para a política mundial.