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Foreign Policy indaga: México é o próximo Brasil?

País também enfrenta ameaça de escândalo político

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A matéria do jornal Foreign Policy começa com uma famosa frase de Warren Buffett, filantropo americano, principal acionista, presidente do conselho e diretor executivo da Berkshire Hathaway, ele é constantemente citado na lista das pessoas mais ricas do mundo: "Quando a maré baixai, você pode ver o quanto é raso". Como muitos investidores estão descobrindo agora, a maré econômica do Brasil está recuando e chegando a um estado de escassez. A desaceleração do crescimento global e os preços baixos do petróleo expuseram não só uma economia instável, mas também uma política de profunda corrupção, que tem levado o país a uma recessão, além de prejudicar sua reputação mundialmente, em um momento que poderia estar em acensão. Os jornalistas Geert Aalbers e Nick Panes dizem que o México, segunda maior economia da América Latina, não está com tantas dificuldades financeiras (impulsionado em parte pelo  forte desempenho econômico dos Estados Unidos ao qual está intimamente ligado), mas há ainda uma abundância de brechas em sua estrutura política e econômica . Não seria surpreendente ver o país em um estado semelhante de crise nos próximos anos. No Brasil, a investigação conhecida como "Lava jato" revelou que no final de 1990, a Petrobrás, gigante estatal de petróleo, conspirou com um cartel de empresas em troca de subornos para contratos fraudulentos. A empresa admitiu que quase 1.700.00.000.00 $ de lucros são ilegais. O escândalo implicou dezenas de altos funcionários do governo, incluindo seus representes de cada partido e cinco ministros. Esse fato tem manchado a credibilidade da presidente Dilma Rousseff e coloca em risco sua capacidade de se manter no poder. Mesmo que ela seja acusada de qualquer delito,  fazia parte do conselho da Petrobras quando a operação ilegal ocorreu.

Segundo o jornal político, no México, situações parecidas de um possível escândalo ainda estão em vigor, com as  instituições públicas comprometidas, líderes que enfrentam responsabilidade política limitada, e uma sobreposição bastante significativa entre os negócios e a política para tornar a corrupção um empreendimento lucrativo. Na verdade, o México pode ser mais experiente em escândalos do que o Brasil. Dada a sua estrutura política, o México experimentou um fluxo contínuo de escândalos de corrupção de baixo grau. De fato, no ano passado, o presidente Enrique Peña Nieto ficou sob fogo cruzado depois que o Wall Street Journal informou que uma de suas  mansões foi comprada de uma empresa de Juan Armando Hinojosa Cantú,  proprietário de uma empresa de construção que venceu a licitação para construir a primeira ferroviária de alta velocidade do país. No início deste ano, surgiram gravações dos executivos de Huarte Lain, Obrascón uma empresa de construção espanhola, discutir como conseguir funcionários do governo mexicano de concordar em pagar taxas para o trabalho que supostamente nunca será concluída. 






Por enquanto, esses escândalos vão continuar a ferver, mas é pouco provável que transbordem, como está acontecendo no Brasil. Embora os interesses empresariais e políticos se cruzem no México, existem algumas manobras que podem ajudar a impedir que um esquema de corrupção afete todo o sistema. Considere as empresas envolvidas na Operação "Lava Jato": os conglomerados de construção acusados de formação de cartel são onipresentes em toda a economia brasileira, responsável pela entrega de bilhões de dólares em obras de infraestrutura.