O presidente francês, François Hollande, criticou nesta terça-feira (6/10) os atos de violência "inaceitáveis" contra diretores da Air France e afirmou que os atos podem prejudicar a imagem do país.
"O diálogo social conta. E quando é interrompido pela violência, por protestos que adquirem formas inaceitáveis, vemos as consequências que pode ter para a imagem, o atrativo, do país", disse o presidente em Havre (noroeste da França).
O primeiro-ministro Manuel Valls visitará nesta terça-feira a sede da empresa para uma reunião com executivos da Air France, empresa na qual o Estado francês possui 17,6% do capital.
Na segunda-feira (5/10), o anúncio da Air France de uma nova reestruturação que ameaça suprimir 2.900 postos de trabalho provocou a revolta dos funcionários, que invadiram uma reunião e agrediram diretores da empresa.
Centenas de empregados da companhia aérea francesa invadiram a sede da empresa. O tumulto obrigou o chefe de recursos humanos, Xavier Broseta, a fugir. O executivo foi visto correndo com as roupas rasgadas.
De acordo com o sindicato local CGT, citado pelo jornal "Le Figaro", o homem precisou escalar um muro "para se salvar" dos manifestantes e receber escolta de seguranças. Pilotos e funcionários da Air France entraram em greve na segunda-feira (5)
A companhia garante que nenhum voo será afetado, mas não descarta atrasos, principalmente nos serviços de check-in. O comitê central da companhia francesa, órgão de gestão que reúne representantes executivos e funcionários, estava em reunião para oficializar as demissões quando o tumulto contra Broseta ocorreu.