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Tragédia de Lampedusa completa dois anos neste sábado

Em 2013, 366 pessoas morreram em travessia no Mediterrâneo

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Uma das maiores tragédias da história do Mar Mediterrâneo, a morte de 366 pessoas próximo à ilha italiana de Lampedusa, completa dois anos neste sábado (03). Porém, desde a então maior tragédia até aquele momento, milhares de pessoas continuam a perder vítimas na travessia por uma vida melhor na Europa.

    "Lampedusa pode se tornar um símbolo do resgate da Europa, após ser por muito tempo a fronteira da esperança e da solidariedade.

    É uma ferida dramaticamente aberta, um símbolo de humanidade traída, um grito que ainda se escuta no nosso país e na Europa inteira", disse o presidente da Itália, Sergio Mattarella, em mensagem para o "Segundo Dia da Memória e do Acolhimento".

    Para o mandatário, no episódio, "fomos confrontados com uma vergonha de um imenso massacre, que não fez com que impedíssemos outros. De fato, muitas pessoas em nosso continente civilizado assistiram com distanciamento, se não com indiferença", a morte de centenas de pessoas.

    Porém, apesar de lamentar as poucas ações para evitar mortes no Mediterrâneo, Mattarella destacou que a tragédia "foi um ponto de virada, mais na consciência do que na política". "Hoje, nós temos uma maior consciência seja na opinião pública, seja nos governos europeus. Há apenas dois anos, era difícil apoiar que a imigração e o asilo para refugiados são questões plenamente europeias e devem ser afrontadas com a UE unida", destacou.

    O naufrágio de 2013 provocou a morte de 41 crianças e alguns corpos nunca foram encontrados. Outras 155 pessoas sobreviveram à tragédia. Os ocupantes do barco eram provenientes da Eritreia, da Somália e de Gana e cada um pagou cerca de R$ 3 mil pela viagem. Um somali foi condenado à 30 anos de prisão por ser considerado um dos organizadores da viagem.

    A Itália continua a ser um dos países que mais recebem imigrantes de diversas partes do Oriente Médio e do norte da África. O Canal da Sicília é considerado, por todas as organizações internacionais, como a rota marítima "mais mortal do mundo".

    Apesar de impactante, as mortes no Mediterrâneo vêm registrando altas consecutivas. Em 2015, em dados atualizados até esta sexta-feira (02), 2.887 pessoas morreram ou estão desaparecidas nessas travessias pelo Mar, segundo a Organização Internacional para a Migração (OIM). (ANSA)