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EUA matam 9 membros do Médicos Sem Fronteiras no Afeganistão

Hospital foi atingido durante ataque aéreo em área de talibãs

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Um ataque aéreo liderado pelos Estados Unidos na cidade de Kundus, no Afeganistão, atingiu um hospital da organização Médicos Sem Fronteiras e deixou ao menos 20 mortos e 37 feridos neste sábado (03). De acordo com nota divulgada pela entidade, nove vítimas faziam parte da ONG.

    Segundo o MSF denunciou em suas redes sociais, o ataque durou cerca de meia hora em uma área que "todas as partes do conflito, incluindo Cabul e Washington, conheciam as coordenadas das nossas estruturas há meses". O porta-voz das forças norte-americanas no Afeganistão, coronel Brian Tribus, informou que a operação "poderia ter causado danos colaterais a uma estrutura médica da cidade" e que "o incidente está sendo investigado". Já os militares afegãs alegam que, no hospital, "se escondiam de 10 a 15 terroristas" que foram mortos, mas reconheceram que "também médicos morreram".

    O comissário da União Europeia para a Ajuda Humanitária, Christos Stylianides, afirmou estar "profundamente chocado sobre a morte do staff médica da MSF". Até mesmo os talibãs, que estão sendo atacados pelos EUA, afirmou que o "ataque selvagem" é condenável. A ONG Emergency, que também trabalha com hospitais de campanha na região, condenou o atentado e prestou "solidariedade" aos colegas do MSF. "Bombardear um hospital onde se curam feridos é um ato de violência inaceitável. Um hospital é um local de cura e como tal é tutelado. É preciso que os hospitais sejam respeitados por todos os lados do conflito, como previsto na Convenção de Genebra", afirmou em nota a organização.

    A Emergency também informou que as pessoas que estavam sendo atendidas pelo Médico Sem Fronteiras serão transferidos para seus hospitais.

    A região de Kundus está sendo bombardeada pelos EUA e por forças locais desde o dia 29 de setembro, quando amanheceu nas mãos do grupo terrorista Talibã. Essa é a primeira cidade que os extremistas conseguem reconquistas desde que o regime talibã foi derrubado pelos norte-americanos em 2001. (ANSA)