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Berlim pede cúpula extraordinária sobre crise migratória

Emergência vem se agravando na União Europeia dia a dia

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A Alemanha pediu neste sábado (5) a realização de uma nova cúpula extraordinária da União Europeia para discutir a pior crise migratória da história do bloco.    

A próxima reunião do Conselho Europeu - órgão que concentra os chefes de Estado e governo de todas as nações da UE - está marcada para meados de outubro, quando, segundo Berlim, já será tarde demais para debater o assunto.    

"A Europa passou por muitas provas difíceis nos últimos anos, mas talvez a maior seja aquela que temos agora à nossa frente", declarou o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, após um encontro informal com seus colegas europeus em Luxemburgo.    

A alta representante para Política Externa e Segurança da UE, Federica Mogherini, definiu a reunião deste sábado como "difícil", indicando que persistem as divergências sobre a distribuição de imigrantes pelo bloco segundo cotas obrigatórias para cada país.    

A ideia é defendida por Estados importantes da União Europeia, como Alemanha e Itália, mas é rechaçada por nações do leste do continente, inclusive a Hungria, que tem tido muitos problemas nas últimas semanas por causa da crise migratória. "Não podemos mais nos iludir, há países que não se envolverão. Mas chegou a hora de uma nova consciência sobre o fato de que não se pode simplesmente fingir que não está vendo", declarou a italiana.    

Apenas neste sábado, cerca de 6,5 mil imigrantes já cruzaram a fronteira entre Hungria e Áustria. Eles tinham começado a percorrer a pé os 240 km que separam Budapeste e Viena, já que estavam proibidos de embarcar em trens internacionais. No entanto, na noite da última sexta-feira (4), o governo húngaro forneceu ônibus para levá-los até a divisa, com o objetivo de "garantir a segurança da rede rodoviária" do país.    

Em geral, esses imigrantes chegam à nação a partir dos Bálcãs, mas sua rota começa na Turquia. Originários majoritariamente do Oriente Médio, com destaque para a Síria, eles embarcam em barcos superlotados com destino às ilhas gregas. Lá, partem rumo à divisa com a Macedônia, sobem em trens para a Sérvia e tentam alcançar o território húngaro, entrando novamente na UE, só que agora em um país próximo aos Estados mais ricos do bloco, como Alemanha e Áustria.