O governo da Hungria anunciou que colocará ônibus à disposição das centenas de imigrantes que estão seguindo a pé rumo à fronteira com a Áustria. A medida foi tomada por Budapeste para garantir a segurança da rede rodoviária húngara. Em um discurso no Parlamento, o chefe de gabinete do primeiro-ministro Viktor Orban, János Lázár, ainda cobrou de Viena uma definição clara de sua posição sobre a crise migratória.
"A emergência dos imigrantes está sacudindo a Hungria", disse ele, antes de criticar novamente as "comunicações contraditórias" do governo da Alemanha e a incapacidade da União Europeia de enfrentar a situação.
Dezenas de solicitantes de refúgio começaram a percorrer a pé os 240 km que separam Budapeste e Viena após terem sido proibidos de embarcar em trens internacionais na estação de Keleti. Até o momento, a polícia está acompanhando o grupo e bloqueando o trânsito para evitar acidentes.
Em geral, esses imigrantes chegam à Hungria a partir dos Bálcãs, mas sua rota começa na Turquia. Originários majoritariamente do Oriente Médio, com destaque para a Síria, eles embarcam em barcos superlotados com destino às ilhas gregas.
Lá, partem rumo à divisa com a Macedônia, sobem em trens para a Sérvia e tentam alcançar o território húngaro, entrando novamente na UE, só que agora em um país próximo às nações mais ricas do bloco, como Alemanha e Áustria.
Desde o início de 2015, Budapeste já recebeu pelo menos 156 mil solicitantes de refúgio, incluindo 45 mil sírios, segundo dados do seu Ministério do Interior. Nesta sexta-feira (4), a Hungria chegou até a declarar estado de emergência por causa da crise migratória.