O sírio Abdullah Kurdi participou nesta sexta-feira (4) do funeral de seu filho Aylan, de 3 anos de idade, cuja foto de seu corpo morto em uma praia da Turquia chocou o mundo nesta semana ao ilustrar a gravidade da crise migratória que atinge a Europa, o norte da África e o Oriente Médio. O enterro ocorreu em Kobane, na Síria, que há meses é dominada pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI, ex-Isis) e que é a cidade de origem da família da criança. Além de Aylan, morreram na travessia seu irmão Ghalib, de 5 anos, e sua mãe, Rehan. A família morreu em um naufrágio na noite da última quarta-feira (2) e o corpo de Aylan apareceu na praia de Bodrum. A família embarcou na Turquia para chegar à Grécia e solicitar asilo à União Europeia (UE). Em junho, o Canadá negou um pedido deles para viver no país. "Ele queria ir para a Europa apenas pelo bem de seus filhos.
Agora que eles morreram, Abdullah quer ficar perto deles em Kobane", disse o irmão do homem, Suleiman.
A foto de Aylan foi divulgada em um momento em que a Europa sofre seu pior fluxo migratório desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além da Grécia, a Itália e a Espanha são portas de entrada para imigrantes devido à proximidade com o Mar Mediterrâneo e à curta distância com países do norte da África palcos de conflitos, como Tunísia, Líbia e Egito.
Refugiados da Síria, Paquistão e a Afeganistão diariamente também recorrem à opção da rota balcânica, que é feita pela Macedônia, Sérvia e Hungria. (ANSA)