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Após renúncia, presidente da Guatemala é preso

Otto Pérez Molina foi detido provisoriamente na capital do país

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Após renunciar ao cargo, o ex-presidente da Guatemala Otto Pérez Molina, acusado de liderar uma rede de corrupção no setor alfandegário, foi preso provisoriamente ontem (3) na capital do país, por ordem do juiz Miguel Ángel Gálvez. Segundo o magistrado, a medida foi tomada para garantir a segurança do ex-mandatário e a continuação dos depoimentos à Justiça. Molina está no cárcere militar de Matamoros, no centro da capital. 

O advogado do ex-presidente, César Calderón, tentou impedir a prisão dando entrada em um recurso que alegava violação da presunção de inocência, mas o juiz negou o pedido. A Procuradoria da Guatemala acusou ontem Molina dos crimes de formação de quadrilha, suborno passivo e fraude aduaneira. Ele é apontado pela Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (CICIG), um órgão da ONU, como diretor de uma rede de corrupção em arrecadação de impostos que recebeu o nome de "La Linea". A ex-vice-presidente Roxana Baldetti também aparece no processo.

    Ela renunciou em maio e cumpre prisão preventiva. Apesar de ter negado por diversas vezes que deixaria o cargo, Otto Pérez Molina anunciou sua renúncia ontem, que foi aceita pelo Parlamento. O vice Alejandro Maldonado assumiu o poder e deverá ficar na Presidência até janeiro de 2016, quando o próximo mandatário, que será eleito no domingo, assumirá o mandato. A renúncia, que provocou protestos pelo país, veio depois do Parlamento ter retirado pela primeira vez na história da Guatemala a imunidade política de um presidente. Desde 2001, quando Fernando de la Rúa renunciou à Presidência da Argentina, seis líderes latino-americanos deixaram seus cargos antes de concluir o mandato. (ANSA)