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Na Hungria, filha de imigrante é batizada com nome Esperança

Menina nasceu no mesmo dia que foto de Aylan chocou o mundo

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No mesmo dia em que o mundo ficou chocado com as fotos do menino Aylan Kurdi, 3 anos, encontrado morto em uma praia turca após o barco em que estava naufragar, a pequena Esperança nasceu na estação de trem de Budapeste, na Hungria, e deu uma nova cara à crise imigratória.    

Segundo o jornal "The Sun", Shems (que significa Esperança) veio ao mundo em um acampamento de imigrantes sírios desesperados para embarcar em um vagão para ir às outras nações europeias. A rota para a Hungria é mais uma a integrar o trágico capítulo da imigração em massa de países do Oriente Médio e do norte da África, considerada a maior movimentação de pessoas desde a Segunda Guerra Mundial.    

Diariamente, no último mês, a Hungria recebe entre mil e três mil pessoas desesperadas para cruzar a União Europeia em busca de paz. Em geral, a rota dessas pessoas começa na Turquia. De lá, eles partem em embarcações superlotadas para a Grécia, alcançam a divisa com a Macedônia e pegam trens para a Sérvia. 

Uma vez no país, elas seguem rumo ao território húngaro, que integra a União Europeia e está mais perto dos países mais ricos do bloco, onde muitos buscam refúgio ou já possuem familiares instalados.    

Por causa do grande fluxo das pessoas que recebe e de uma regra da UE que exige que o pedido de asilo seja feito no primeiro país em que a pessoa entra, as autoridades mandaram fechar a estação de trem de Budapeste, em rotas que levam para outros países. Mas, a situação permanece confusa. Na manhã desta quinta-feira (3/9), por exemplo, o governo autorizou a entrada dos imigrantes na estação de Keleti e permitiu a saída de um trem com os refugiados.    

Porém, minutos depois da saída do veículo, houve uma nova proibição da entrada de refugiados em vagões. A maior parte deles possui passagens compradas para sair da Hungria, mas estão impedidos pelas autoridades locais.    

Novas imagens divulgadas nesta quinta-feira mostraram um casal de sírios com um bebê se jogando em uma linha férrea para ter a chance de embarcar em um trem. Eles foram retirados pelos policiais do local e não se feriram, mas o desespero era evidente.    

A odisseia de milhares de pessoas que buscam encontrar uma vida nova e sem tantos perigos longe de sua terra natal são frequentes e ocorrem há, no mínimo, três anos. A maioria deles é proveniente da Síria, Afeganistão e Paquistão, e tenta fugir de conflitos armados e situações de pobreza.    

Repetidamente, os números de vítimas e de pedidos de asilo daqueles que conseguem chegar à UE não param de bater recordes.    

Em 2013, foram mais de três mil mortes na tentativa de atravessar o Mar Mediterrâneo e, no ano passado, quase duas mil morreram no mesmo trajeto. Nos oito primeiros meses de 2015, esse número ultrapassa 2,6 mil. Só neste ano, os pedidos de asilo na União Europeia ultrapassaram a marca de 400 mil pessoas.