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Argentina: investigação sobre morte de procurador continua com Procuradoria

Advogados da família queriam trocar comando dos trabalhos

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Um tribunal criminal de Buenos Aires ratificou nesta terça-feira (01) a procuradora Viviana Fein no comando das investigações sobre a morte de Alberto Nisman, encontrado morto em janeiro deste ano na banheira de sua casa. Os advogados da família do procurador queriam repassar o caso para a juíza, Fabiana Palmaghini, ao invés de deixar todo o processo nas mãos da Procuradoria Geral argentina.

    Segundo a ex-mulher de Nisman Sandra Arroyo Salgado, Fein faz um trabalho "ineficaz" e passível de suspeitas, já que se manifestou publicamente que não acredita que o procurador tenha sido assassinado. Os peritos que foram contratados pelos familiares deram um parecer diferente do oficial sobre a morte do argentino e contestam as informações da Procuradoria. A negação da mudança de comando foi provocada, segundo os juízes, porque a própria Palmaghini negou o primeiro pedido para comandar as investigações. Por dois votos a um, os magistrados decidiram que não têm competência para fazer a mudança após a negação.

    Os defensores da Procuradoria acusaram os advogados da família de querer desacreditar os órgãos públicos com uma medida "errada" e "incompreensível".

    Nisman morreu dias antes de ir ao Parlamento argentino e apresentar documentos que comprovariam que o governo do país acobertou iranianos que atacaram a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) em 1994. O ataque causou 85 mortes e deixou 300 feridos. Após aparecer acusando publicamente as autoridades, ele foi encontrado morto, no dia 14 de janeiro, com um tiro na cabeça. (ANSA)