Quatro homens compareceram neste sábado (29/8) ante a Justiça
húngara por seu suposto envolvimento no drama dos 71 migrantes encontrados
mortos na quinta-feira (27/8) em um caminhão frigorífico abandonado em uma estrada no
leste da Áustria.
Os suspeitos, três búlgaros - o proprietário do caminhão, de origem libanesa, e dois motoristas - além de um afegão, suspeitos de integrarem uma rede búlgaro-húngara de tráfico de seres humanos, apresentaram-se no final da manhã em um tribunal de Kecskemet, cidade localizada a meio caminho entre Budapeste e a fronteira com a Sérvia.
A promotoria pediu que os quatro - dois dos quais com cerca de 30 anos, e os dois outros com 50 - sejam mantidos em prisão provisória, em razão da "natureza do crime" que são acusados.
O tribunal aceitou o pedido e os suspeitos permanecerão presos até pelo menos 29 de setembro, segundo o juiz Ferenc Bicskei.
A Áustria já anunciou que tentará obter a extradição do grupo.
A polícia austríaca informou na sexta-feira (28/8) que os 71
migrantes - 59 homens, oito mulheres e quatro crianças - eram, provavelmente,
refugiados sírios. As autoridades ainda não sabem a hora e a causa das mortes,
mas disseram que eles podem ter morrido por asfixia.