A juíza equatoriana Gloria Pinza arquivou o processo de deportação e mandou soltar nesta segunda-feira (17) a jornalista brasileira Manuela Picq. Ela foi detida durante os protestos de
quinta-feira contra o governo do presidente Rafael Correa quando 67 policiais
ficaram feridos e 47 manifestantes foram detidos.
A brasileira de 38 anos, que colabora com a imprensa
internacional, como o canal Al Jazzera, estava com o marido, Carlos Pérez, um
líder indígena que organizou manifestações contra o governo.
Segundo Manoela , os próximos passos serão tentar restabelecer o visto, cancelar a revogação ilegal e renovar o visto no futuro. No momento de sua detenção, Picq tinha um visto de intercâmbio cultural que lhe permitia desenvolver atividades acadêmicas.
A detenção de Picq acendeu ainda mais os ânimos dos indígenas que protestam contra o governo, com marchas periódicas em Quito e bloqueios de estradas no sul do país.
A organização Human Rights Watch (HRW) - duramente criticada
por Correa no passado - se referiu à jornalista como "uma vítima da
violência policial". Em comunicado, , José Miguel Vivanco, diretor para as
Américas da ONG, disse que seria completamente inaceitável que o Equador
expulsasse alguém por exercer seus direitos fundamentais à liberdade de
expressão e reunião.