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Judeus incendeiam casa e matam bebê palestino na Cisjordânia

Crime ocorreu na noite de ontem e despertou ira de moradores

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Um bebê palestino de 18 meses morreu na noite de ontem (30) em um incêndio doloso na cidade de Nablus, na Cisjordânia. Nas paredes da casa, foi escrito em hebraico "Vingança" e "Viva ao Messias", junto com uma estrela de Davi, símbolo do judaísmo. De acordo com a polícia, duas casas foram incendiadas no vilarejo de Duma, sendo que uma estava vazia e a outra era habitada por um casal e dois filhos. A família foi encaminha para o hospital Tel ha-Shomer, em Tel Aviv, e está em estado grave. O bebê de 18 meses não resistiu e morreu no incêndio. Segundo a agência de notícias Maan, a criança se chamava Ali Saad Dawabsheh.

    Os pais foram identificados como Saad Mohammed e Riham Dawabsheh. O outro filho, de quatro anos, chama-se Ahmed. Eles tiveram até 80% do corpo queimado. Testemunhas relataram que quatro judeus foram vistos atirando garrafas incendiárias em duas casas. Alguns moradores tentaram detê-los, mas o grupo conseguiu fugir. Um representante da Autoridade Nacional Palestina (ANP), o negociador Saeb Erekat, disse que caso será levado à Corte Penal Internacional. "Israel não pode se anular das próprias responsabilidades. Desde 2004, foram verificados na Cisjordânia 11 mil ataques de colonos judeus contra palestinos, igrejas e mesquitas", disse. Por sua vez, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, lamentou o ocorrido e disse estar "chocado com este crime terrível". "Trata-se de terrorismo", criticou. "Israel mantem uma atitude de ferro contra o terrorismo, qualquer que sejam os autores. Dei ordens à nossa força de segurança para agir com todos os meios à disposição para capturar os assassinos e levá-los a julgamento o quanto antes", disse o premier. O crime poderia ser uma vingança pelo assassinato de um colono judeu há cerca de um mês na região e coincide com o "Dia de Cólera" convocado para hoje pelo movimento palestino Hamas, em protesto contra os incidentes do último domingo (26) na Esplanada das Mesquitas. O Hamas também pediu para que as pessoas saiam às ruas para protestarem contra o incêndio que matou o bebê, logo após as tradicionais orações de sexta-feira, em Nablus.

    A briga no último domingo (26) fez com que policiais israelenses entrassem na mesquita de al-Aqsa e confrontassem aqueles que estavam dentro do prédio. A Esplanada possui um status quo especial desde 1967, onde judeus e muçulmanos podem entrar, mas apenas os últimos são autorizados a fazer orações. Porém, no final de semana, por causa da celebração do Tisha Beav, judeus ultraortodoxos tentaram rezar no prédio. A festa comemora a destruição de dois templos que existiam no lugar. (ANSA)