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Peru resgata refém que ficou 30 anos com Sendero Luminoso

Outras 38 pessoas foram libertadas em ação do Exército

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Uma ação conjunta do Exército e da Polícia Nacional libertou 39 reféns de um "centro de produção" do grupo guerrilheiro Sendero Luminoso nesta quarta-feira (29) no Peru. Os resgatados são 13 adultos e 26 crianças que têm entre um e 14 anos - uma das vítimas havia sido sequestrada há 30 anos.   

A ação policial começou a ser implantada no dia 23 de julho, quando militares peruanos começaram a investigar uma área florestal na região de Vraem. Todas as vítimas foram encontradas em um acampamento em Satipo, um vale entre os rios Mantaro, Apurimac e Ene. O local é conhecido por ser um centro de produção de cocaína.    

De acordo com as autoridades, a maior parte das crianças e adolescentes são filhos das mulheres sequestradas com membros do grupo. Porém, alguns podem ser jovens raptados em comunidades onde a atuação dos guerrilheiros é tão forte que os pais não denunciam os sequestros por medo de morrer.    A partir dos 14 anos, os meninos são treinados para atuar nas frentes de batalha e as mães são enviadas para fazer o trabalho forçado em plantações e criação de animais. Segundo relatos dos policiais, algumas crianças tremiam de medo dos agentes porque os terroristas contaram que eles estavam lá para matá-las.    

Agora, todos foram encaminhados para uma cidade próxima e equipes de psicólogos estão avaliando a necessidade de enviá-los para a capital, Lima, para participar de um programa de reinserção social.    

O vice-ministro de Defesa, Iván Veja, relatou ao jornal "La República" que "entre os resgatados, há mulheres de 70 anos que foram raptadas de um convento de monjas em Puerto Ocopa há várias décadas". Veja também destacou que esse foi um "duro golpe" para o Sendero Luminoso. "O líder terrorista José Quispe Palomino deve saber que no Peru não há escravos e o governo não vai permitir isso", destacou.    

Os maoístas são considerados um grupo terrorista tanto pelo governo peruano como pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

Fundado na década de 1960, eles perderam sua força nos anos 1990. Os confrontos provocados pelo grupo deixaram mais de 70 mil mortos ou desaparecidos, segundo dados oficiais.