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Dentista confessa ter matado leão símbolo do Zimbábue

Homem de 55 anos pagou US$ 50 mil para caçar animal

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O dentista norte-americano Walter Palmer, de 55 anos, confessou ter matado o leão Cecil, ícone do parque de Hwange, no Zimbábue, mas disse pensar que a caça estava autorizada. Palmer, que já foi condenado no passado por ter disparado em um urso negro em Wisconsin, confessou que matou o leão em um comunicado divulgado após as autoridades do Zimbábue o identificarem como o responsável pelo ato. "Eu não sabia que o leão era famoso e era tido como o animal preferido do parque. Não tinha conhecimento de que o animal portava um localizador, nem que era objeto de estudo", justificou-se o norte-americano, que possui 43 trofeus de caça, ressaltando que ainda não foi notificado pela polícia.

    "Estou profundamente arrependido pela morte do leão. Adoro e pratico a caça, mas com responsabilidade e dentro da lei", defendeu-se, culpando seus guias por não tê-lo alertado sobre Cecil no momento do incidente. Com 13 anos de idade, Cecil era a atração principal do parque de Hwange há uma década. De acordo com investigações, o leão teria sido atraído para fora do parque para ser morto. O animal foi ferido com uma flecha, mas não morreu de imediato. Após receber um tiro de rifle, ele foi degolado e teve sua pele arrancada.

    A morte do leão foi confirmada no dia 13 de julho pela Associação de Caçadores e Guias Profissionais do Zimbábue (ZPHGA, na sigla em inglês). Cecil levava um colar com GPS, instalado por pesquisadores da Universidade de Oxford, como parte de um estudo, iniciado em 1999, sobre os leões da região.

    O caso gerou comoção em vários países e internautas lançaram uma petição on-line para promover "justiça" pela morte de Cecil. O documento pede que o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, anule as permissões de caça aos turistas. De acordo com a imprensa do Zimbábue, o dentista norte-americano teria teria pago cerca de US$ 50 mil para caçar Cecil. Associações de defesa dos animais afirmam que chegou a receber ajuda de moradores locais para a caça.

    Dois cidadãos do Zimbábue envolvidos no episódio foram acusados de caça ilegal, porque o grupo não tinha permissão para a prática. (ANSA)