O ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, admitiu nesta quinta-feira (2) que pode renunciar caso o "sim" vença no referendo convocado para o próximo domingo (5), sobre o novo pacote de austeridade proposto pelos credores de Atenas. "Apresentarei minha renúncia se o 'sim' vencer", disse o ministro, em uma entrevista à Bloomberg TV.
Varoufakis também ressaltou que não assinará nenhum acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), com o Banco Central Europeu (BCE) e com a União Europeia (UE) caso não haja uma reestruturação da dívida grega. Desde a semana passada, a Grécia está negociando o desbloqueio de 7 bilhões de euros com seus credores, que exigem que o país adote medidas de austeridade fiscal em troca da ajuda financeira. Durante as negociações, Atenas anunciou a convocação surpresa de um referendo para que a população decida se aceita ou não os termos da proposta, o que desagradou aos credores. De acordo com o ministro, se os gregos não aprovarem o pacote dos credores, Atenas voltará às negociações "imediatamente".
Enquanto isso, os diálogos estão interrompidos, assim como as ajudas financeiras à Grécia. Para evitar uma onda de saques, o governo do premier Alexis Tsipras também resolveu fechar os bancos por uma semana - as atividades devem se normalizar somente na próxima terça-feira --.
O embate entre a Grécia e seus credores, liderados pela Alemanha, também fez o presidente grego, Prokopis Pavlopoulos, anular a visita que faria dia 7 ao mandatário alemão, Joachim Gauck. Com as negociações fracassadas e sem os 7 bilhões de euros, a Grécia se tornou o primeiro país desenvolvido a dar um calote no FMI na última terça-feira (30), quando não honrou o pagamento de 1,6 bilhão de euros. (ANSA)