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'El País': Sem rivais de peso, Hillary domina disputa entre democratas 

Ex-governador de Maryland Martin O'Malley entra no páreo como candidato à nominação

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O jornal espanhol El País publicou neste sábado (30/05) um artigo sobre o atual cenário político nos Estados Unidos. "É preciso ser um incauto ou um idealista para desafiar Hillary Clinton na campanha para a nomeação democrata às eleições presidenciais de 2016. O ex-governador de Maryland, Martin O'Malley, deu, no sábado, o primeiro passo com um discurso em Baltimore, cidade da qual foi prefeito. O'Malley se uniu, assim, ao senador Bernie Sanders em uma exígua lista de aspirantes do Partido Democrata. Nenhum chega perto de Clinton, a favorita absoluta em todas as pesquisas".

Quando O'Malley completou dois anos de idade, seus pais puseram no bolo as palavras: 'Martin para Presidente 2004'. O'Malley, de 52 anos, chegou alguns anos mais tarde a esse ponto e a situação não está nada fácil. Tem o apoio de menos de 1% dos eleitores no processo que, nos primeiros meses de 2016, decidirá o candidato do Partido Democrata, segundo a média de pesquisas da publicação Real Clear Politics.

Martin para presidente? Um fato improvável? “Não, não, não”, disse María Martínez, em um parque de Baltimore (Maryland), enquanto esperava que O'Malley subisse a um palanque para anunciar a candidatura. Martínez, filha de um colombiano e de uma costarriquenha, afirmou que os americanos conhecem pouco O'Malley. Mas que quando souberem mais sobre ele, suas perspectivas melhorarão. “Isso é sério”.

Outro candidato declarado para a nomeação democrata, Bernie Sanders, senador por Vermont, teria 8,8% dos votos. Sanders, de 73 anos, se define como socialista. Hillary Clinton, de 68 anos, – primeira-dama nos anos 90, senadora entre 2001 e 2009, candidata à presidência em 2008 e secretária de Estado entre 2009 e 2013 – levaria 63,3% dos votos.

Em poucas campanhas recentes um aspirante contou com tão poucos rivais e de tão pouco peso como Hillary agora. E, no entanto, Sanders se coloca com um discurso que se conecta com a esquerda. Na conturbada Baltimore, cenário, em abril, de distúrbios e protestos pela violência policial e pela discriminação econômica, estava O'Malley, com música de Bruce Springsteen e uma mensagem progressista contra as desigualdades e o poder dos bancos.

O novo candidato só mencionou Hillary Clinton uma vez, quando disse que o chefe de um banco de Wall Street havia declarado que para ele seria igualmente positivo que a democrata Hillary Clinton ou o republicano Jeb Bush – filho e irmão dos ex-presidentes – fossem eleitos para comandar a Casa Branca. “A Presidência não é algo que se passa de mão em mão entre famílias reais”, disse.

Os rivais de Clinton – e muitos jornalistas, aborrecidos com uma campanha que parece decidida de antemão – querem acreditar em um milagre. E lembram 2008. Nesse ano, assim como agora, Clinton era a favorita. Era chamada de “a candidata inevitável”. Um jovem senador afro-americano, Barack Obama, a derrotou de forma imprevista. E se acontecer o mesmo? Os partidários de Clinton não estão cantando a vitória de maneira antecipada?

As campanhas de 2008 e de 2016 são distintas. Sanders nem O'Malley são Obama, um fenômeno político incomparável. Nenhum deles tem o acesso ao financiamento do qual os Clinton dispõem. Quando Hillary Clinton era “inevitável” perante Obama, obteve nas pesquisas cerca de 40% dos votos, não os 60% atuais.

O campo democrata é hoje um local ermo e a única candidata que poderia fazer Hillary sofrer, a senadora Elizabeth Warren, líder da ala populista do Partido Democrata, resiste a entrar na disputa. A vantagem, para Clinton, é economizar uma campanha de primárias que a desgastaria. Mas isso pode ser, também, uma desvantagem. Um bom rival melhora um candidato. Hillary Clinton se arrisca ao enfrentar o republicano em novembro de 2016 sem que ninguém a tenha posto à toda prova.

Multidão republicana

Os candidatos democratas às eleições presidenciais de 2016 são apenas três, e Hillary Clinton é claramente a favorita. Os republicanos são oito e, nas próximas semanas, podem chegar a 20. Entre eles há falcões e pombas, ultra religiosos e moderados. Alguns acreditam, sinceramente, que vão chegar à presidência; outros aspiram à Vice-Presidência ou a aumentar seus status.

Esta semana anunciaram suas candidaturas Rick Santorum, candidato há quatro anos, e o ex-governador de Nova York George Pataki. Ambos republicanos. Nos próximos dias, são esperados mais. Não há um favorito na direita. A quantidade de candidatos levou a emissora Fox News a impor uma norma em seus debates: apenas 10 vão participar, os melhores posicionados nas pesquisas.

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