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EUA dizem que vão 'erradicar' corrupção do futebol

Loretta Lynch falou sobre escândalo na Fifa

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A procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta E. Lynch, afirmou que as investigações sobre o escândalo de corrupção na Fifa querem fazer com o problema seja "erradicado" do futebol. "Nós vamos erradicar a corrupção do futebol mundial. Eles corromperam o sistema para enriquecer a si mesmos. Vamos fazer o futebol honesto", disse Lynch em entrevista coletiva.

Segundo as informações divulgadas pelos investigadores, as práticas eram frequentes, "torneio após torneio", e fizeram com que os dirigentes envolvidos ganhassem "milhões de dólares em propinas". Já o procurador Kelly Currie, que também participou da coletiva, disse que o que ocorreu hoje "foi só o início". "Quero ser muito, muito claro. Esse é só o começo, não o fim. Estamos longe do fim", destacou.

>> Saiba quem são os 14 acusados de corrupção na Fifa

Citando casos específicos, os procuradores ressaltaram o pagamento de propina para a realização da Copa América Centenário nos Estados Unidos, em 2016, e para a Copa da África do Sul, realizada em 2006. Sobre o Mundial de 2014, realizado pelo Brasil, os investigadores ressaltaram que não há nenhuma investigação em curso e que as prisões desta quarta-feira (27) não envolvem o país - nesse sentido. Na escolha para a sede de 2014, o Brasil foi candidato único.

Lynch destacou ainda que "uma empresa brasileira de marketing esportivo" teve seu dono "assumindo a culpa". Apesar de não ter citado nomes, a procuradora federal se referia ao empresário J.

Hawilla, dono do Traffic Group, que realizou inúmeros campeonatos - tanto no país como no exterior. Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, ele confessou a culpa em dezembro do ano passado e responde por crimes de extorsão, fraude e lavagem de dinheiro.

Ao ser questionada se o atual presidente da Fifa, Joseph Blatter, está sendo investigado, Lynch apenas falou que eles não iriam comentar processos individuais ou nomes de envolvidos além dos sete presos hoje.

Os investigadores ressaltaram que os processos serão realizados nos Estados Unidos, mas a colaboração com a Suíça continuará. O diretor do FBI, James B. Comey, falou também que "hoje é um dia bom para o futebol mundial" e que quem quiser usar o "sistema financeiro" norte-americano terá que responder judicialmente em casos de crimes.